domingo, 1 de dezembro de 2013

Enquanto a gravidez não vem... a "percepção seletiva"

Olá, meninas!
Faz um tempo que não escrevo, pois resolvi parar com os tratamentos para terminar tudo o que tenho que fazer no trabalho e retomar nas férias de dezembro com as vacinas.
Tenho andado angustiada e neste final de semana fui até o shopping (uma loucura, pois as pessoas receberam o 13º salário e estavam bombando nas lojas) e aí deu uma sensação estranha, porque para todo lado que eu olhava só via bebês e grávidas.
Acho que é o que chamamos de "percepção seletiva" em marketing, ou seja, programamos nosso cérebro para, de forma inconsciente, "perceber" alguma característica específica do contexto. Assim, parece que tinha tanta grávida e eu pensava: "por que não eu?"
Com a percepção seletiva, as pessoas costumam dar atenção a apenas uma pequena porção dos estímulos aos quais são expostos e isso é um saco, pois ficamos muito mais propensas dar atenção a estímulos relacionados nossas necessidades e desejos atuais.
E quando isso se mistura à frustração, acaba acontecendo uma “defesa perceptiva”, que é o fato de tentar ignorar ou não querer ver algo que incomoda no momento.
Sei que não é legal e que parei com o projeto por um tempo em função do stress do trabalho. Como o tempo urge, não posso deixar passar muito mais. Quero que o meu presente em 2014 seja um (ou dois ou três) lindos bebês. Ai, ai... Por enquanto é só.

Dezembro, que você comece com espera para encerrar o ano com boas energias!


domingo, 10 de novembro de 2013

A “Janela de Implantação” na FIV e o exame ERA - Endometrial Recepty Array

Meninas, estou compartilhando um tema sobre o qual tempo pensando, principalmente depois da FIV negativa, fico elocubrando oque pode ter dado errado.
Um dos fatores que influencia é o momento exato em que é feita a transferência dos embriões, que deve seguir o que os médicos chamam de “janela de implantação”.
Como minha médica atrasou em um dia devido à agenda dela e disponibilidade da clínica, fiquei pensando se isso pode ter afetado. Desde então estou com esta “pulga atrás da orelha” e resolvi pesquisar um pouco.

A “Janela de Implantação” é o período de receptividade endometrial. O endométrio é receptivo quando está pronto para a implantação do embrião, e normalmente isto ocorre entre os dias 19-21 do ciclo menstrual (5-7 dias pós-ovulação).

Um dos motivos da falha na FIV decorre de problemas de implantação do embrião no endométrio, que pode ter alterações. Tais problemas podem ser analisadas por alguns exames, como o aumento de células NK (Natural Killer) e processos inflamatórios

O IPGO divulga um novo exame, chamado ERA (Receptividade Endometrial ARRAY), que avalia a receptividade endometrial para esclarecer alguns resultados negativos e melhorar as chances de gravidez.

Segundo o site, o ERA – Receptividade Endometrial ARRAY é um novo método de diagnóstico desenvolvido pela IVIOMICS (departamento de R & D), após mais de dez anos de pesquisa e patenteado pelo grupo IVI (Instituto Valenciano de Infertilidad – Espanha).
O exame ERA consiste em avaliar a receptividade endometrial do ponto de vista molecular, como uma importante análise do fator uterino. Essa ferramenta molecular nos permite diagnosticar se o endométrio é receptivo ou não, analisando a expressão de um grupo de genes responsáveis por esta função. Para isso, uma biópsia endometrial deve ser feita na fase receptiva do ciclo menstrual, no sétimo dia após o pico do hormônio LH, ou após cinco dias de uso da progesterona, em um ciclo estimulado.
Nos casos de falhas repetidas de tratamentos de fertilização, antes de iniciar um novo tratamento o Teste ERA pode identificar se o paciente vai exigir uma janela personalizada de implantação. Desta maneira, caso dê alterado, os médicos podem tomar as medidas corretivas necessárias para que o processo de reprodução assistida possa ser realizado com sucesso.
Há mais detalhes no link: http://www.ipgo.com.br/novos-exames-era/

Pelo que li em um dos fóruns do E-family, custa em torno de R$2mil: http://www.e-familynet.com/phpbb/fiv-tec-mulheres-que-ja-passaram-pelo-negativo-parte-4-t757701-930.html


Se alguém souber de alguma coisa, por favor, compartilhe...




Por que a FIV pode dar errado: motivos da falha de implantação dos embriões

Como muitos outros casais, acho que passamos por histórias parecidas, que começam com a investigação da infertilidade, iniciando com tratamentos de menor complexidade (como coito programado com indutores de ovulação ou Inseminação Artificial), até que chegamos à FIV como último recurso. É muito frustrante quando depositamos todas as nossas expectativas neste tratamento e vimos que todos os esforços foram em vão quando recebemos o negativo.
É desgastante em todos os sentidos, desde os físicos (com injeções, ultrassom), emocional  (disciplina nos horários, expectativa, ansiedade) e financeiros (elevado valor dos remédios e exames que nem sempre os planos de saúde cobrem, além dos tratamentos nas clínicas, que exigem um boa reserva de recursos).
Eu “travei” com o negativo na 1ª FIV, não desisti, apenas senti o impacto, mas leio história de mulheres que conseguiram após a 5ª ou 6ª tentativa.


Uma pergunta comum após o teste negativo é: por que o embrião ou os embriões transferidos para o útero não implantaram? A resposta geralmente não é simples, mas algumas hipóteses devem ser avaliadas e para ajudar nesta reflexão, segue um compilado de fatores que podem afetar o resultado.
É parte deste meu processo de aceitação e busca de compreensão dos motivos para o negativo, até para responder a pergunta: "O que fazer agora?"
Espero que seja útil para vocês também!



Fatores associados à falha de implantação na fertilização “in vitro”


1. Alterações no útero

Como o útero é um órgão muito importante no processo gestacional, não pode ter alterações, sendo que devem ser investigados as seguintes alterações uterinas mais comuns:

  • Miomas (principalmente os submucosos, ou seja aqueles que atingem diretamente o endométrio, que é o tecido que reveste o útero por dentro);
  • Pólipos endometriais (são tumores benignos da parte interna do útero (endométrio) e em alguns casos, podem ser absolutamente assintomáticos
  • Adenomiose (presença de glândulas e estroma endometrial no interior do miométrio, podendo resultar ou não na hipertrofia das fibras musculares uterinas, com hipertrofia do órgão)
  • Septos uterinos (ocorre quando a cavidade interna do útero é dividida por uma parede, chamada septo, que pode ir só até metade do caminho ou chegar até o colo do útero.
  • Mal formações do útero (útero rudimentar ou infantil, útero bicorno, útero didelfo)
  • Doenças infecciosas (endometrite - que é inflamação e/ou irritação do endométrio - revestimento do útero). Nos casos de endometrite crônica, encontra-se microorganismo s como bactérias comuns (streptococos, stafilococos, E. coli em 70% dos casos), ureaplasma urealiticum em 10%, micoplasma em 12% e clamidia em apenas 5%).
  • Prolactina (pacientes com aumento da prolactina podem ter a receptividade do endométrio alterada)
  • TSH (hormônio que reflete o funcionamento da tireóide. O hiper ou o hipotireoidismo podem levar a falha de implantação
  • Hormônios masculinos (Testosterona, Androstenediona, Dehidroepiandrosterona Sulfato de dehidroepiandrosterona - mulheres com aumento destes hormônios, como acontece na Síndrome dos Ovários Policísticos tem mais chances de falha de implantação)
  • Progesterona



Para investigar estas eventualidades uterinas podemos utilizar alguns exames, tais como: ultra-som transvaginal (comum ou em 3D); histerossonografia, histeroscopia e Ressonância Magnética.


2. Alterações Hormonais

Alguns hormônios fazem parte da fisiologia gestacional e as alterações destes podem levar a falha de implantação e/ou abortamento de repetição. Assim, os seguintes hormônios devem ser avaliados, todos por exames de sangue:


3. Trombofilias

Chamamos de trombofilias alterações da cascata da coagulação sanguínea que, quando presentes, levam a um estado de hipercoagulobilidade sanguínea.

Os exames para avaliar este acontecimento são todas dosagens sanguíneas e estão listados a seguir:
- Pesquisa de Mutação do Fator V Leiden
- Pesquisa da Mutação da Protrombina
- Pesquisa da Mutação da MTHFR
- Anticardiolipinas IgM/ IgA/ IgG
- Anticoagulante Lúpico
- Anti-trombina III
- Homocisteína
- Proteína S
- Proteína C


4. Fatores Imunológicos

Alguns problemas imunológicos podem ser causas de abortamento de repetição ou falha de implantação na fertilização “in vitro” (FIV). Nesta caso, os exames que devem ser realizados são os seguintes (todos exames de sangue):

- Pesquisa de células Natural Killer (CD56/CD16)
- Anti-peroxidase Tireoidiana
- Anti-tireoglobulina
- FAN
- Cross-match e as vacinas de linfócitos paternos (que é um dos pontos de  grande controvérsia em reprodução humana)


5. Fatores Genéticos

As falhas de implantação ou aborto podem ser decorrentes de alteração genética na formação e desenvolvimento dos embriões.
Recomenda-se a realização tanto no homem quanto na mulher do seguinte exame de sangue: cariótipo com banda G, realizado antes da transferência.


6. Individualização da receptividade do endométrio: Janela de Implantação

Nos casos em que toda a avaliação acima explicada é normal ou as possíveis alterações foram diagnosticadas e tratadas corretamente, mas, mesmo assim, estas pacientes continuam tendo falha de implantação. Nestas situações, uma explicação plausível decorre da receptividade endometrial, que é conhecida como “janela de implantação”.

Como em todo o mês, seja em ciclo espontâneo ou induzido, o endométrio tem um período em que se encontra receptivo aos embriões e, se colocarmos os embriões fora desta janela de implantação, é como se estivéssemos os jogando fora, pois eles não encontram um ambiente adequado para implantarem.

Assim, um dos desafios na fertilização “in vitro” (FIV) é encontrar a janela de implantação individual para cada mulher, para transferir os embriões neste momento correto. Na maioria dos casos se colocarmos os embriões após 5 dias de ação da progesterona estaremos neste período da janela de implantação, porém em algumas pacientes, a janela de implantação pode ser diferente.
Existe um exame para tratar de forma individualizada a janela de implantação do endométrio, chamado método ERA (Endometrial Receptivity Array).
O teste consiste em fazermos uma biopsia do endométrio em determinado ciclo, que deve ser feita 5 dias após o início da progesterona em ciclo estimulado. É feita análise genética do material, para avaliar os genes responsáveis pela implantação dos embriões no útero. Dependendo do perfil genético visto, o teste dirá se aquele é o momento receptivo do endométrio naquela determinada paciente.

Segundo o site da Clínica Vivitá:
“Se o teste ERA diagnosticar endométrio não receptivo, isso mostra que naquela paciente a janela de implantação é deslocada e, assim, deve-se programar nova biopsia em outro ciclo. Os estudos científicos mostram que a maioria das amostras não receptivas eram, na verdade, pré-receptivas e portanto esta nova biopsia deve ser feita no sétimo dia após o início da progesterona em um ciclo estimulado. Novamente, após análise genética do material, o teste nos dará um novo resultado que na maioria das vezes virá endométrio receptivo. Neste caso programaríamos a transferência de embriões ocorrendo no sétimo dia após o início da progesterona. Se mesmo assim, o diagnóstico for de endométrio não receptivo, vamos repetindo o procedimento sucessivamente até encontrarmos a janela de implantação individual  da paciente em questão.”



Como reagir perante a infertilidade?

Oi, meninas! Depois de um longo inverno, estou de volta e com energia na primavera para retomar o trabalho.
Agradeço o apoio de minhas leitoras que nem imagina que tinha tanta gente lendo. Queria que soubessem o quanto o apoio de vocês tem sido importante, de verdade! :)
Eu e meu marido optamos por não contar para ninguém da família e este blog tem me ajudado muito com o apoio de vocês, pois há um misto de sensação de solidão, medo, ansiedade e esperança, tudo ao mesmo tempo e em doses alternadas, mas que nos fazem oscilar demais.
Para quem está acompanhando minha história sabe que depois de uma FIV negativa, fiz o exame de Cross Match, que deu negativo, ou seja, que há necessidade que eu tome as “vacinas do marido”, como apelidaram, para resolver o problema imunológico.
Apesar de todo a polêmica que envolve este tratamento, resolvi que não tenho muito tempo e questionamentos e resolvi tentar. Todavia, a clínica do Dr. Barini, onde farei o tratamento, exige que todos os exames de sorologia sejam refeitos (ou seja, não podem ter mais do que um mês de realização). Como tinha feito tudo em junho para a FIV, terei que refazer tudo!
Fiquei p... porque já sei que estes tratamentos, além de caros, são decorrentes de uma modelo de negócios para estes médicos que é altamente rentável, já que estamos tão desesperadas que topamos tudo para engravidar. Não questiona a idoneidade dos profissionais e a eficácia, mas a verdade é que gastamos uma grana absurda investindo em um sonho.
Para justificar o título do post, é só para justificar que tinha sumido porque o impacto do negativo da FIV em julho me acertou forte, ou seja, não reagi bem, talvez porque as expectativas fossem muito altas ou porque não queria aceitar que isso seria um problema a ser enfrentado em novas etapas.
Como reagir diante da infertilidade? Realmente não sei, mas o importante é juntar forças e usar todos os recursos da ciência. Outro coisa importante é o apoio do marido, pois a mulher não pode carregar este peso sozinha (e muitas vezes tendemos a isso...)
Dei um tempo em tudo por causa da pressão no trabalho. Gente, estou trabalhando  de 12 a 14 horas por dia! Sempre fui workaholic, mas estou tão pressionada no trampo que até dei um tempo nos tratamentos. Juntar o stress, minha ansiedade natural e a pressão por metas, tenho certeza que isso atrapalhará o tratamento.
Em dezembro, estarei com um pouco mais de tempo por causa das férias nas aulas da faculdade. Amo dar aulas e os meus alunos são fofos, mas a grande está sendo muito pesada junto com o trabalho e as consultorias.
Portanto, vou refazer todos os exames de sorologia para tomar as vacinas ILP. Já sei que dói, pois quem tomou avisou. Tudo bem, estes esforços serão recompensados. Contarei tudo com detalhes.
Agora é só dar um tempo para recuperar as energias. Preciso estar bem para retomar o grande projeto da minha vida: ser mãe!



domingo, 29 de setembro de 2013

Reflexão sobre a fertilidade: ciclos dentro de ciclos

Gente, este texto é meio reflexivo, um pouco de resgate, um pouco de deprê básica em um domingo chuvoso e uma mistura de vários outras coisas que aprendemos a lidar.
É uma análise sobre as diferentes fases que passamos quando temos dificuldades para engravidar. O engraçado é que, quando somos adolescentes ou estamos na faculdade, vivendo um turbilhão de coisas e emoções, morrendo de medo da gravidez e, mesmo com chances mínimas de ter acontecido algo, ficamos ansiosas esperando pela menstruação.
Depois do casamento, quando decidimos ter filhos, que é o momento certo, coisa e tal, os primeiros sinais de que o processo não será tão fácil e então entramos na primeira fase: NEGAÇÃO.
Na fase da NEGAÇÃO, não queremos aceitar, que em hipótese alguma, pode ter algo errado conosco, que pode ser que o stress do trabalho esteja afetando, que depois de uma certa idade demora mais mesmo, que o fato de ter tomado anticoncepcional por um tempo pode influenciar e outras desculpas, porque não queremos aceitar que pode haver um problema.
Depois de um ano de tentativas, se começa a perceber a realidade: tem algo errado com um dos dois. E a primeira coisa que a mulher pensa, é comigo. Aí começa a corrida ao ginecologista e a submissão à uma bateria de exames, já que os 35 anos chegaram e todo as estatísticas começam a jogar contra nossas expectativas. Aí entramos na segunda fase, que é da INVESTIGAÇÃO.
Na fase da INVESTIGAÇÃO é uma sequência louca  de exames e ficamos igualmente loucas com os possíveis resultados e a cada um deles pensamos: “deve ser isso que está atrapalhando”. No meu caso, teve a fase 1, que é a bateria geral dos exames de sangue, para ver hormônios e tal. Aí temos uma ideia geral da reserva ovariana, do funcionamento da tireóide e também o espermograma do marido. Tudo OK, parte-se para a fase 2, dos ovários policísticos, quando pesquisei um monte sobre isso e fiz vários ultrassons e tomei Elani, um anticoncepcional de uso contínuo. Depois teve a fase 3, quando problema seria de ovulação, quando tomei Serophene por 5 ciclos para estímulo do coito programado e nada. Aí veio a fase 4, da análise morfológica, quando fiz a histerossalpingrafia para ver se as trompas não estavam obstruídas, um exame tão doloroso que fiquei aliviada quando estava tudo certo e não precisaria passar por isso de novo. Aí veio a fase 5, quando um dos vários médicos com quem me consultei pediu um tal de exame CA 125 e o resultado sugeriu endometriose. Esta foi a fase mais longa e que trouxe mais dúvidas e a busca por diferentes especialistas. Depois de um tempo, decidi pela videolaparoscopia, que demonstrou não ter nenhum foco de endometriose, mas vários miomas e um deles bem grandão, com cerca de 10cm de diâmetro. Aí teria que decidir se faria uma cirurgia para retirada dos miomas (tipo uma cesariana ou toparia um tratamento mais heavy para engravidar logo e torcer para os hormônios fazerem o miomão parar de crescer).
Aí se percebe que uma decisão deve ser tomada para a fase seguinte, que é da AÇÃO.
Quando entramos na AÇÃO, é quando optamos por fazer algum tratamento de reprodução assistida e, no meu caso, foi primeiramente pela IA (inseminação artificial), já que não havia indícios de maiores problemas. Com a indução da ovulação e 24 folículos, resolvemos mudar a rota para uma FIV e evitar a gravidez múltipla. Aí quando se decide pela FIV, são outras fases.


CICLOS DENTRO DE CICLOS

A vida é assim, resumida em fases e a busca pela maternidade a cada momento nos coloca em um pequeno ciclo.
Em cada FIV ou TEC, começamos outros ciclos, que chamei de “ciclos dentro de ciclos”, pois quando chegamos neste estágio, já passamos por outras fases.
E o engraçado que, ao pesquisar na internet, em blog e grupos de discussão, a mulherada está unidade e compartilha suas experiências como num grupo de ajuda mútua, muito louco. A linguagem utilizada, depois de passarem por tantos exames, já é técnica e as siglas aparecerem, como GO, TEC, US, dentre várias outras. Embora em proporções diferentes, parece um grupo de vigilantes do peso ou de alcoólicos anônimos onde o grupo dá força e a troca de experiências bem sucedidas nos fortalece.
Então, dentro dos ciclos da FIV, temos a fase 1, que é conhecer cada um dos medicamentos na fase da indução da ovulação, com as malditas injeções na barriga e ultrassons constantes. Aí entra a fase 2, que é a punção, quando são retirados os óvulos e ficamos torcendo para que todos folículos tenham “sementinha” e depois sejam fertilizados para virar embriões. Na fase 3, ficamos acompanhando a evolução dos zigotinhos para a transferência. Aí começamos a procurar os sintomas de cada uma nos intermináveis 12 dias até fazer o exame Beta. Para algumas, começa um novo ciclo com a gravidez, mas infelizmente, para algumas tem a fase 4, que é a frustação com o negativo e a força para começar tudo de novo com a investigação dos motivos de falha na implantação dos embriões.  No meu caso, surgiram novos exames, como os exames para trombofilia e o Cross Match, para aloimunidade, quando comecei a pesquisa sobre imunidade da reprodução.
Mas acho que ainda, dentre os motivos para o negativo da FIV, além das vacinas, terei uma nova fase de pesquisa, que é a “janela de implantação”. Não sei muito sobre isso, mas como minha médica atrasou em um dia a transferência, fiquei com esta questão pendente como um dos possíveis motivos, já que tudo funciona tão sincronizado no tratamento, se atrasar um período, isso atrapalha? Ainda vou pesquisar um pouco mais.
Uma colega, com quem tenho trocado mensagens também deu a dica que a falta de vitamina D pode atrapalhar, então vou pensar nisso. Tem ainda os exames para cariotipos e células NK (Natural Killers) que não fiz.
Meu marido disse que eu estava ficando paranoica (embora falasse isso de algumas mulheres no e-family, ele disse que tinha me transformado em uma...)
Bom, ainda não sei quais são as fases futuras, uma delas pode ser a de DECISÃO, que não descarto uma adoção, se não der certo. Mas o que espero de verdade é entrar na fase da gravidez, com certeza!
Puxa, não sou muito de escrever coisas pessoais, pois o meu talento é para escrever relatórios técnicos, mas foi um desabafo, já que este blog é um relato do que estou sentido e era isso que queria hoje compartilhar com vocês.
Na verdade, não sei se há alguém acompanhando, são tantas pessoas na web e não dá para saber com exatidão quem acessa. De qualquer forma, espero estar ajudando alguém ao compartilhar minha experiência.
Se alguém leu até o final, obrigada pela paciência.






Resultado dos exames de trombofilia, tudo certo!

Oi, meninas. Esqueci de contar uma ótima notícia: saíram os resultados dos exames para trombofilia e está tudo certo!!!

Vejam que maravilha J

FATOR ANTINUCLEO (FAN - HEP 2)
ANTICORPOS.NUCLEARES...........: Nao reagente
ANTICORPOS.NUCLEOLARES.........: Nao reagente
ANTICORPOS.CITOPLASMATICOS.....: Nao reagente
APARELHO.MITOTICO..............: Nao reagente
PLACA.METAFASICA.CROMOSSOMICA..: Nao reagente

CARDIOLIPINA, ANTICORPOS ANTI (IgG / IgM)
IgG - RESULTADO: <10.0 GPL U/mL (NÃO REAGENTE)
IgM - RESULTADO: <7.0 MPL U/Ml (NÃO REAGENTE)

FATOR V DE LEIDEN - DETECCAO DE MUTACOES - RESULTADO: Negativo

MUTACAO NO GENE DA PROTROMBINA: RESULTADO: NEGATIVO

PROTEINA C – FUNCIONAL -  RESULTADO: 93 % (VR: 70 A 140 %)

PROTEINA S – FUNCIONAL - RESULTADO: 151 % (VR:60 A 130%)

ANTI-TROMBINA III, DOSAGEM PLASMATICA
RESULTADO: 99 % DE ATIVIDADE (VR: 83 a 128 % DE ATIVIDADE)

Só ficou faltando o exame MTFRH, pois no laboratório disseram que o Plano de Saúde (Unimed) autorizou com o código incorreto. Queriam cobrar mais de R$400. Achei melhor pedir outra guia para a médica, para tentar novamente a autorização.

Vou ligar no laboratório antes, verificar qual deve ser o código e então confirmar na hora que estiver na Unimed pedindo a autorização.

A médica disse que no momento a trombofilia parecer ser um problema com o qual não deve me preocupar, mas que devo começar a tomar as vacinas no trabalho da aloimunidade (já deu negativo no Cross Match) e precisarei de 3 doses – para então fazer o exame de novo, verificar se deu positivo e então estimular o crescimento do endométrio para a TEC dos 3 congeladinhos.
Puxa,  queria tanto que os 3 virassem lindos bebês na minha barriga, 2 meninos e uma menina... ai, ai... 
Mas às vezes é assim, primeiro dá errado para depois dar certo e tem o gostinho da vitória!




domingo, 22 de setembro de 2013

Alguns casos de sucesso após tratamento com vacinas ILP

Meninas, neste post vou fazer o resumo de alguns blogs que encontrei de colegas que fizeram o tratamento com a vacina.
Já me antecipo pedindo a autorização de reprodução aqui para as autoras e agradecendo por compartilhar experiências.
Não encontrei muitos. Também não sei se não procurei direito. Se alguém passou pelo tratamento com sucesso, por favor, comente aqui!
O que percebi que as clínicas fazem parte de um grupo de médicos, mas os resultados relatados aqui são positivos, então vou transcrever...

Neste blog da Renatita Pereira, ela relata que fez o tratamento com as vacinas em jan/12. Ela sempre foi bem otimista no processo, que fez na Clínica IPGO. Depois de 2 FIVs sem sucesso, fez o tratamento com as vacinas (3 doses) e uma TEC, ficando grávida de gêmeos.

A autora não fala seu nome, mas relata que fez o tratamento, depois de positivado, fez uma FIV (já era a 5º FIV) e ainda assim deu negativo. Ela fez o reforço da vacina e na outra tentativa conseguiu engravidar. Depois não escreveu mais...

Achei o blog abaixo da Regina, que conta a história das vacinas e abortos em repetição, mas não volta para informar o resultado final...
http://67mesesdegestacao.blogspot.com.br/2012/10/cross-match-resultados-parte-2.html


Encontrei o blog da Garby, que é de Americana/SP e, pelo que li dos post, ela fez 2 FIVs, teve um aborto e teve o Cross Match positivado após 3 doses na clínica do Dr. Barini. Parece que neste momento está fazendo o tratamento para a TEC, mas que também está na fila da adoção, que tinha entrado antes, uma atitudes linda demais.
   

A Marcy Santana no blog tem um post em que comenta ter sido o Cross Match a salvação para a gravidez, que após 2 abortos e com as vacinas, conseguiu engravidar. Não dá muitos detalhes, então não dá para avaliar o processo.


Como sempre, encontramos os fóruns do E-family, que são numerosos e populosos... Tem vários, mas as informações estão desencontradas. 

Alguns links do e-family:







Sei que a fé é importante, mas hoje peço para a Ciência me ajudar já que estou depositando nela as minhas expectativas.




Tratamento com as vacinas ILP: uma dose de otimismo

Percebi que estava muito pessimista e, ao ler o blog das colegas fivetes, percebi que uma boa dose de otimismo é muito importante.
Por isso vou deixar o ceticismo de lado e comentar alguns blogs com histórias de tratamento das vacinas ILP...
Pra começar, cito trechos de um post de uma profissional, a Dra. Dra. Daniella S. Castellotti, chamado “Tratamento com "vacinas" em infertilidade: mito ou realidade?”


“O assunto das vacinas para tratamento imunológico continua sendo extremamente controverso entre os médicos que trabalham com Reprodução Assistida.
Não existe ainda nenhum trabalho cientifico mostrando que realmente são eficazes.
Por outro lado, quando atendo casais que já passaram por 2 ou mais abortos ou já fizeram 2 ou mais ciclos de FIV sem sucesso, sem causa aparente, vem sempre aquela interrogação.... E agora? O que posso oferecer a eles???” (...)
Com base nestes dados vocês podem estar pensando...Então isto tudo é uma grande besteira, porem eu ainda tenho minhas dúvidas...A resposta imunológica adequada é essencial para que a gestação evolua bem, porem, na minha opinião ainda não temos o tratamento adequado. (...)
Como explicar então os casos de sucesso após tratamentos com vacinas?
Duas hipóteses: Quando se faz as vacinas, de alguma maneira estamos mexendo no sistema imunológico (o que gera uma outra preocupação em relação a outros órgãos - e não sabemos a conseqüência disto em longo prazo) podendo, para aquele casal especificamente tê-los beneficiado.
Ou então foi coincidência + pensamento positivo – muitas acreditam que agora sim, após as vacinas vai dar certo!! E é comprovado que ansiedade e stress modificam totalmente nosso sistema imunológico.  Sabemos também que mulheres que tiveram 4 ou mais abortos ainda têm 60 a 65% de chance de ter uma gestação normal!
Enfim, na teoria é fácil, o difícil é atender estes casais e simplesmente não propor nenhuma alternativa...”

Assim, uma "dose de otimismo" é importante e faz parte do sucesso. Preciso mudar minha atitude!!!


sábado, 21 de setembro de 2013

Saiu o resultado do Cross Match: Negativo. Terei que tomar as vacinas...

Meninas, ontem saiu o resultado do Cross Match e era o que eu espera... Negativo, ou seja, vou ter que tomar as vacinas.
Logo cedo, bem cedo, o relatório já foi antes para minha médica que respondeu por email na hora o seguinte:  “LI AGORA LAUDO DO LABORATÓRIO ALLOVITA E REALMENTE NECESSITAREMOS DA VACINA. PODEMOS DAR CONTINUIDADE AO TTO, LOGO QUE VC TERMINAR SEGUNDA DOSE DA VACINA. AS VACINAS PODEM SER FEITAS NO INTERVALO DE 15 DIAS, E SERÃO 3 AO TODO ANTES DE ENGRAVIDAR E DEPOIS UMA POR MES, NO TOTAL DE 4 REFORÇOS LOGO QUE DESCOBRIR QUE ENGRAVIDOU....”
Bom, era o que eu esperava. Apesar de todas as minhas críticas e suspeitas quanto ao tratamento, vou tentar.

Antes de começar terei que refazer os exames de sorologia do maridão.

Segue o resultado:



Na segunda sairá o resumo do exame para trombofilia (torcendo para dar tudo certo!)
Estou fazendo uma pesquisa sobre alguns blogs sobre mulheres que passaram pelo tratamento e vou postar aqui um “resumão” do que encontrar. :)



quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Ontem fiz o Cross Match

Pessoal, estou de volta...

Fiquei um tempo sem escrever porque não tinha muitas novidades, também parei de fuçar na internet e passei por muita pressão no trabalho, o que me fez dar uma parada no blog.

Na verdade, embora não escreva, penso no assunto "gravidez" todo dia, várias vezes.

Tem um fenômeno que estudamos no marketing/comunicação que se chama "percepção seletiva" e isso se aplica a este momento particular, ou seja, para todo lugar que olha ou quem converso, parece que o assunto gravidez surge. Estou no shopping, vejo um monte de grávidas. E assim por diante.

Divagações à parte, vou contar como foi o exame do Cross Match que fiz ontem.

Continuo duvidando da eficácia, há tantas controvérsias, mas resolvi fazer porque neste momento de desespero tentamos de tudo.

Mesmo que eu tenha passado apenas por uma transferências na FIV com falha de implantação e não aborto, resolvi fazer o exame (e tomar as vacinas para antecipar). Ainda estou conseguindo pagar pelos tratamentos, então vamos dar um crédito à ciência.

Minha médica me convenceu porque ela disse que fez também e hoje tem gêmeos, além de comentar sobre outras pacientes. Ela indicou o Dr. Barini, que pelo que li, virou referência na área e deve estar "rachando de ganhar dinheiro" com mulheres como nós, ávidas pela gravidez.

Pelo que entendi, eles (minha médica e Dr. Barini) são amigos, ele foi professor dela no mestrado na Unicamp, coisa e tal.

Há um grupo de médicos da Unicamp que atuam aqui em Campinas. Não posso falar mal da instituição, pois fiz toda a minha formação lá (graduação, mestrado e doutorado) e sei que há muita pesquisa séria, mas ao mesmo tempo, não podemos esquecer o "lado do negócio da infertilidade", que é altamente lucrativo.

Bom, como a clínica é pertíssimo de minha casa, agendei para 8:30h, desembolsei os R$450 (em dinheiro - não aceitam cartão) e fiz a coleta de sangue. Sei que a chance de dar negativo é 99% e já me preparei para a vacina. 

Enquanto aguardava, tinha um casal que veio de Brasilia para o tratamento e fui percebendo que tem gente do Brasil todo. Rapidamente já engatei uma conversa com a moça, enquanto os maridos fingiam ler revistas e que estava tudo normal em nossos vidas e nós, mulheres, desesperadamente trocávamos dicas e telefones.

Ela tinha acabado de receber o anestésico e iria esperar por 4 horas para receber a vacina. Pelo que entendi, dói para caramba! Ai, meu Deus!

O resultado fica pronto amanhã. Vamos aguardar.




domingo, 8 de setembro de 2013

Como a trombofilia afeta a fertilidade e o sucesso da FIV?

Meninas, para ajudar quem está começando a entender como a trombofilia pode atrapalhar na gravidez (ainda farei os exames, não tenho o resultado, é que sou ansiosa e já me antecipei... rs)

Segue um FAQ com Perguntas & Respostas que espero serem úteis...

No site do E-family tem um tópico bem bacana, de onde transcrevi parte destas perguntas e também há várias histórias de mulheres que lutam contra a trombofilia para alcançar o sonho da maternidade, com muitos casos de sucesso.

Parte I: http://www.e-familynet.com/phpbb/informaces-sobre-trombofilia-vt145300.html
Parte II: http://www.e-familynet.com/phpbb/1-vt540609.html?start=0 
Parte III: http://www.e-familynet.com/phpbb/viewtopic.php?t=557389 
Parte: IV: http://www.e-familynet.com/phpbb/informacoes-sobre-trombofilia-parte-iv-t573146.html

Como estas doenças da coagulação só recentemente foram identificadas, ainda não há critérios "padrão", mas algumas indicações existem:

Vamos lá... :)

#1 – Qual a relação entre fator imunológico, autoimunidade e trombofilia para a gravidez?
O fator imunológico pode ser considerado uma causa importante de infertilidade e tem sido responsabilizada por alguns casos de insucesso nas tentativas de gravidez espontânea, inseminação intra-uterina, fertilização In Vitro e abortos de repetição.
Alguns autores acreditam que muitos casos de falha nos tratamentos de fertilidade são, na verdade, abortos muito precoces que, após um período curto de implantação embrionária, que não chega a ser detectado nos testes de gravidez, não evoluem e são eliminados.
Existem controvérsias a respeito deste tema, pois mesmo frente a alguns resultados negativos, a gravidez pode ser conseguida naturalmente.

#2 – O que é trombofilia?
As trombofilias (no plural, pois existe mais de um tipo) são doenças que provocam alterações de coagulação do sangue, com consequente aumento do risco de obstrução dos vasos sanguíneos. Esta obstrução é denominada trombose. Quando existem, aumentam a chance de formar coágulos sanguíneos e causar tromboses mínimas capazes de impedir a implantação do embrião ou provocar abortos.
As trombofilias não são muito comuns e a investigação deve ser realizada principalmente nos casos de falhas em tratamentos de fertilização in vitro, abortos de repetição, infertilidade sem causa aparente ( ISCA) e nos casos com histórico familiar.
O tratamento inclui o uso de anticoagulantes ( heparina) ou os antiagregantes plaquetários ( como o ácido acetilsalisílico).
Muitas vezes, estaa questão só é levantada após duas ou três tentativas de inseminação artificial ou fertilização in vitro fracassadas.

#3 – Quais os tipos de trombofilia?
As trombofilias podem ser divididas em dois grupos: as hereditárias e as adquiridas.
A diferença é que a genética é consequência de mutações e/ou deficiência na produção de anticoagulantes naturais (Proteína C, Proteína S, Antitrombina) ou de substâncias sintéticas que influenciam na coagulação. Já a trombofilia adquirida pode ocorrer quando o paciente se torna obeso grave, diabético, sedentário ou passa por imobilização prolongada (viagem aérea com mais de 10 horas sem a movimentação adequada), uso de anticoncepcionais orais, reposição hormonal, câncer e alguns distúrbios da imunidade. 

Trombofilias hereditárias: há uma tendência maior à formação dos coágulos, mesmo sem injúria nos vasos. Isso ocorre pois os fatores inibidores da coagulação podem estar deficientes por mutações genéticas ou mesmo pode haver alterações genéticas relacionadas com produção dos fatores de coagulação.
Os fatores que inibem a coagulação do sangue que podem estar diminuidos por alteração genética são:
-Antitrombina
-Proteína C
-Proteína S
-Resistência à proteina C ativada
Os fatores que promovem a coagulação e que podem estar aumentados são:
-mutação no gene da fator V de Leiden
-mutação no gene da Protrombina
O aumento da agregação plaquetária ( junção das plaquetas para ajudar na coagulação) também é uma causa de oclusão dos vasos sanguíneos.É a chamada Síndrome da plaqueta viscosa.
As trombofilias podem ocasionar oclusão dos pequenos vasos do endométrio e dificultar ou impedir a implantação do embrião.

Trombofilias adquiridas: destaca-se a síndrome antifosfolípide (SAAF).
Contudo, o fato do diagnóstico ser positivo não obriga que haja problemas na gravidez. Só 5% da população têm os anticorpos presentes quando realizados exames laboratoriais. Além disso, pessoas com lúpus apresentam SAAF associada em 34% a 42% dos casos. No que se refere à gestação e perdas gravídicas, cerca de 16% dos abortamentos de repetição estão relacionados com a doença, incidência que aumenta para 24% nas gestações obtidas por fertilização assistida.

As trombofilias de menor risco são a mutação do gene da protrombina e a hiperhomocisteinemia (aumento de cerca de três vezes do risco). A deficiência das proteínas C e S, assim como a mutação do Fator V de Leiden, têm aumento moderado do risco de trombose (5 a 10 vezes). A deficiência de antitrombina é a de maior risco.      

#4 – Quais os impactos de cada um dos tipos de trombifilia na gravidez?
Cada trombofilia tem riscos diferentes ou até ausentes na gestação.
Cerca de 5% da população tem os anticorpos relativos ao problema, sendo que 16% dos abortamentos de repetição estão relacionados com a doença. A incidência aumenta para 24% na fertilização assistida. Pessoas com lúpus têm síndrome dos anticorpos antifosfolípides (SAAF) em até 34% a 42% dos casos.
Trombofilias mais comuns são Fator V de Leiden, hiperhomocisteína, deficiência nas proteínas C, S e antitrombina.

#5 – Quais os exames para detecção da trombofilia?
Os exames para esta pesquisa são feitos por coleta de sangue em laboratórios especializados e sempre com indicação médica.
Os exames mais importantes para esta pesquisa são feitos por coleta de sangue em laboratórios especializados:

São eles:
 Anticorpos antifosfolípides
 Anticorpo antifosfatidil – serina (IgG, IgM e IgA)
 Anticorpos antitireoideanos
 Anticorpos antinucleares
 IgA
 Células NK (Natural Killer)
 Anticorpo antiespermatozóide
 Fator V de Leiden
 Dosagem de Antitrombina III
 MTHFR (Meilenotetrahidrofolato redutase) / Mutação C677T do gene MTHFR
 Protrombina mutação
 Hemocisteína
 Proteína S
 Proteína C
 Anti Beta 2 Glicoproteina IGG e IGM
 Vitamina D 25OH
 Fator V de Leiden mutação G 1691A
 Mutação G20210A no gene da protrombina
 TTPA
 TP-AP

Exames imunológicos:
- crossmatch (prova cruzada)
- Cultura mista de linfócitos
- Tipagem HLA
- Preparo de linfócitos supressores
- Preparo de linfócitos T e B
- Preparo de linfócitos Hepler
- Anticorpos anticardiolipina
- Fator anticoagulante lúpico
- Anticorpos antinúcleo
- Anticorpos Anti-DNA
- Anti-Ro e Anti-La
- Antiperoxidase tieroideana
- Antitireoglobulina
- Dosagem cel NK (CD-3, +16, +56)
- Teste atividade NK

A presença destas substâncias no sangue sugerem trombofilia ou causas autoimunes.

#6 - Quando esses exames devem ser solicitados?

#7 - Eu não tenho nenhum sintoma. Será que posso ter trombofilia?
As trombofilias podem se manifestar de várias maneiras, que nem sempre são óbvias. A trombose pode ocorrer em qualquer vaso sanguíneo do corpo, ou seja, vasos do coração levando a um infarto, vasos do cérebro, podendo levar a um derrame. Contudo, o mais comum é obstrução de vasos dos membros inferiores, nas pernas, que pode levar a dor e inchaço na perna acometida.
Para se ter um diagnóstico de trombofilia, médicos levam em consideração não só o resultado de exames laboratoriais, mas também o histórico da paciente.

#8 – Como analisar o resultado dos exames para detectar trombofilia?
Anormalidades em um único exame já podem ser motivo suficiente para fechar o diagnóstico de trombofilia.

As trombofilias hereditárias são decorrentes principalmente de:
• Deficiência de proteína C
• Deficiência de proteína S
• Deficiência de antitrombina
• Presença do Fator V de Leiden
• Presença de uma mutação no alelo G20210A do gene da protrombina

As trombofilias adquiridas que estão mais relacionadas com a ocorrência de trombose são:
• O anticorpo anticardiolipina: é um teste mais sensível, sendo encontrado em cerca de 80% dos pacientes com SAAF, no entanto, é menos específico, podendo ocorrer em uma variedade de outras condições. Logo após um evento trombótico, o teste para aCL pode estar transitoriamente negativo porque há um consumo do anticorpo. Recomenda-se outro teste três meses após o evento trombótico. Quanto maior o título do aCL, maior a chance de eventos trombóticos.
• O anticoagulante lúpico: é menos sensível (presente em 15 a 40% dos pacientes com SAAF), no entanto, raramente é positivo em outras condições além da SAAF.

#9 – Como se adquire trombofilia?
O mecanismo que leva à produção dos anticorpos que interferem no sistema da coagulação ainda não são conhecidos. Existem os chamados "fatores desencadeantes" que podem agir como gatilhos para a eclosão da SAAF, em indivíduos geneticamente predispostos, ou novos eventos trombóticos em indivíduos que já tiveram trombose no passado relacionada à SAAF.
Os mais conhecidos são intervenções cirúrgicas, infecções graves na gestação e nos pacientes que já vinham sendo tratados para SAAF, falha do acompanhamento da dosagem do anticoagulante.
No entanto, como dissemos anteriormente, as trombofilias podem ser tanto adquiridas ao longo da vida ou herdadas, ou seja, ser uma herança genética familiar.

#10 – Como evitar trombofilia?
Os principais fatores de risco são fumo, obesidade, vida sedentária, níveis elevados de colesterol e triglicerídeos, uso de hormônios (principalmente estrógenos) e certas drogas (como a clorpromazina). 

#11 - A trombofilia tem tratamento? 

#12 - Tenho trombofilia. Isso dificulta engravidar?
A trombose no local de implantação do embrião no útero pode atrapalhar a fixação do embrião, levando a não ocorrência de gravidez após a transferência de embriões de boa qualidade em tratamentos de reprodução assistida.
Pode ocorrer ainda uma implantação comprometida, que pode resultar em abortamento precoce e as orientações devem ser tratadas pelo histórico médico.

#13 -Tenho trombofilia e estou grávida. Posso ter algum problema?
As mulheres portadoras de trombofilia têm uma chance aumentada para apresentar algumas complicações na gravidez como hipertensão, restrição de crescimento intra-uterino (RCIU) e perda fetal recorrente (PFR).
Em pacientes com trombofilia que já tiveram aborto prévio, o risco de aborto em uma próxima gestação não tratada é de cerca de 80%.
Além de abortamentos no início da gestação e perdas fetais (no segundo e terceiro trimestre de gestação), as trombofilias estão relacionadas a crescimento intra-uterino retardado, oligohidrâmnia (diminuição do volume do líquido amniótico), baixo peso fetal e insuficiência placentária.
No entanto, um acompanhamento adequado, com médico especializado, terá uma gravidez saudável.

#14-  Como é o tratamento das gestantes com SAAF?
O tratamento da gestante com SAAF difere. Utiliza-se o AAS infantil e muitas vezes hidroxicloroquina em gestantes sem passado de aborto. Nas pacientes com trombose prévia ou perdas fetais recorrentes, adiciona-se a heparina subcutânea, que pode ser a regular a cada 12 horas, ou a de baixo peso molecular, a cada 24 horas.

#15 - Qual a importância do tratamento?
A SAAF é reconhecida atualmente como a trombofilia adquirida mais comum. Deve ser considerada no diagnóstico diferencial de tromboses arteriais e venosas recorrentes, bem como nas perdas fetais de repetição e pré-eclâmpsia.
Para pacientes que já apresentaram evento trombótico arterial ou venoso, a chance de recorrência é alta. Essas pessoas devem ser anticoaguladas indefinidamente, monitorando-se o INR.
A SAAF é uma doença crônica e para evitar as conseqüências, que podem ser graves ou até mesmo fatais, se requer uma boa adesão ao tratamento. Os pacientes devem ser esclarecidos sobre a conduta geral e o regime terapêutico adotado, para prevenir perdas fetais e a morbidade por eventos trombóticos.

#16 - Tenho mutação do FATOR V DE LEIDEN. O que é isso?
Em 1993, Dahlback e seus colaboradores, na cidade de Leiden, descreveram uma mutação no gene que codifica o Fator V. O gene mutante, localizado no cromossomo 1,
promove uma alteração no Fator V, tornando-o mais resistente à ação da proteina C (anticoagulante natural) . O Fator V, com tal alteração, foi denominado Fator V de Leiden.
Essa parece ser a trombofilia hereditária mais frequente. Vários estudos já demonstraram sua correlação com resultados gestacionais insatisfatórios.

#17 - O que é a mutação da ANTI-TROMBINA III?
Anti-trombina III é um anticoagulante natural que age inibindo os fatores ativados (coagulantes) IX, X, XI e XII da cascata de coagulação. Sua deficiência foi inicialmente descrita em 1965 e pode ser causada por mais de 80 diferentes mutações.
A deficiência de anti-trombina III é a trombofilia que apresenta maior risco para trombose, mesmo quando heterozigoto. Cerca de 70% das pacientes com deficiência de anti-trombina III irão apresentar trombose venosa durante a gestação.
Estudos mostraram elevado o risco para aborto e um risco 5 vezes maior de natimorto, em indivíduos que apresentam deficiência de anti-trombina III.

#18 - O que é a mutação da enzima METILENOTETRAHIDROFOLATO REDUTASE (MTHFR)?
A mutação em um gene (C677T) que codifica a enzima MTHFR promove uma alteração na estrutura de tal enzima, deixando-a termolábil, inativa. Recentemente, foi descoberta uma nova mutação que promove inativação da MTHFR, A129 8C, porém ainda há poucos estudos que a correlacionam com resultados gestacionais insatisfatórios. A MTHFR é uma enzima fundamental na conversão de homocisteína em metionina, e nesse processo estão envolvidos outros cofatores, como: ácido fólico, vitamina B6 e B12.
Indivíduos que apresentam mutação da MTHFR possuem uma tendência a elevação dos níveis de homocisteína sanguinea, principalmente os homozigotos para C677T, ou heterozigotos para ambas as mutaçõees. A elevação da homocisteína parece estar relacionada com um risco elevado para doenças cardiovasculares e maus resultados gestacionais (aborto recorrente, pré-eclampsia, óbito fetal, DPP).
A mutação na MTHFR também esta relacionada com mal-formações fetais e defeitos de fechamento do tubo neural. Em alguns estudos, pacientes com elevação da homocisteína apresentaram um risco de aborto 2,5 vezes maior que a população normal.
O diagnóstico dessa mutação é realizado com a detecção da mutação e determinação do nivel de homocisteína no sangue. O tratamento durante a gestação é realizado com uso de drogas anticoagulantes e suplementação vitamínica.

#19 -  O que é a mutação do gene da PROTOMBINA (FATOR II)?
Descoberta em 1996, a mutação no gene que codifica o fator II se correlaciona com um risco elevado de tromboembolismo, isso porque tal mutação irá proporcionar uma maior produção de Fator II (coagulante).
A mutação no gene da protombina é encontrada em cerca de 1 a 3% da população normal (sem história de tromboembolismo) e em até 6% de pessoas com história de trombose venosa. É responsvel por até 18% das trombofilias hereditárias.
Portadores da mutação do Fator II apresentam uma elevação no risco de trombose em cerca de 2 a 5 vezes.
Estudo recente mostrou a presença da mutação no gene da protombina em torno de 7 a 8% das pacientes com abortos, comparado com 3,8% de mulheres sem história de aborto.

#20 – E o Cross Match, tem outro papel na identificação de fatores que atrapalham a gravidez?
O Cross Match é um exame com muitas controvérsias e que não apresenta evidências científicas comprovadas nos resultados obtidos (Medicina Baseada em Evidências). Por isso a sua indicação deve ser restrita somente a alguns casos.
São poucos os países no mundo que realizam esta pesquisa com esta finalidade, entretanto pode ser uma opção.
Para que se entenda este exame é necessária a compreensão que todo o ser humano possui a capacidade de rejeitar corpos estranhos e o embrião pode ser considerado como tal, pois traz com ele o DNA paterno que é estranho ao organismo materno.
Entretanto, em condições normais, o organismo da mãe deve produzir um “anticorpo protetor” – chamada fração HLA-G – que protege o embrião contra este “ataque imunológico” e impede esta rejeição. Quando este “anticorpo de proteção” não é formado, os mecanismos de agressão imunológica seguem o seu caminho natural impedindo a gravidez ou mais tarde provocando o aborto.
Esta alteração do organismo – que curiosamente aparece quando há semelhança imunológica entre o pai e a mãe e não quando são muito diferentes – é detectada pelo exame Cross Match.
Para se realizar esta pesquisa retiram-se amostras de sangue do homem e da mulher e, em laboratório, realiza-se uma prova cruzada entre os dois, para identificar a presença dos anticorpos. Se não estiverem presentes será necessário o tratamento com vacinas.
Esta imunização é realizada com o sangue paterno de onde são separadas as células brancas (linfócitos), com as quais as vacinas são preparadas e injetadas na mãe pela via intradérmica.
São realizadas duas ou três aplicações no espaço de tempo de três semanas entre elas. Após o término desta série, o Cross Match é repetido e confirmando a virada do resultado anterior para positivo, uma nova tentativa de fertilização poderá ser iniciada. Se não houver esta virada, uma nova série de duas aplicações será realizada.

Sobre minhas dúvidas quanto ao Cross Match, deixo o link de um texto divulgado pela FEBRASGO (Federação Brasileia de Ginecologia e Obstretrícia) que deixam várias dúvidas sobre sua eficácia, pois não há consenso na literatura - tanto nacional quanto internacional.


http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/Femina-3_mar%C3%A7o_08Editorial151.pdf


O que acham? Alguém que está lendo já fez o Cross Match?