segunda-feira, 8 de julho de 2013

Situando na história

Hoje estou com 36 anos e sei que há muita chance pela frente. Mas sempre que o assunto é engravidar, volto aos tempos da adolescência. Na verdade, na fase da puberdade e todos os anseios e dúvidas que rondam esta fase de nossas vidas. Tudo bem que sempre vai ter algum anseio depois que vamos nos cobrar por estes, aff...
 
Aos 14 anos, estava muito preocupada porque todas as minhas amigas já tinham menstruado, menos eu. Todo mês naquela expectativa e nada. Eu pensava que tinha algo errado comigo, só podia ser. Demorou um pouco, mas aconteceu quando já estava com quase 15 anos.
 
Sempre tive uma encanação de que não poderia ter filhos, este foi sempre o meu grande medo. Acho que para fugir disso, sempre evitei pensar no assunto, entrei em uma imersão total na carreira. Quem me conhece sabe que sou workholic (viciadona em trabalho) e hoje percebo que talvez isso seja uma desculpa pelo meu medo. Não sei, talvez na carreira sempre tenha tentando provar algo para meus pais.

Mas o tempo foi passando, o casamento passando por fases muito difíceis, as pessoas cobrando, o instinto pressionando e o tempo e a idade intimando... Aí tive que repensar: quero mesmo ser mãe? Se eu não conseguir, o que vou fazer? Vou usar todos os recursos da ciência? E se não forem suficientes, vou adotar?

Putz, não adianta reclamar de não ganhar na loteria se não jogarmos, então vamos lá.
Começando a jornada...



Conheci meu marido em 2004. Era abril, não ficamos no primeiro dia, apenas conversamos em um bar. Como ele morava em outro estado, ficamos nos falando por MSN (ou ICQ, não lembro, mas foi pela internet, várias e várias noites até o dia amanhecer). Depois de um mês ele veio me visitar, começamos a namorar e mais mês estávamos noivos, com pedido formal aos meus pais, aliança e tudo. Em dezembro do mesmo ano, ele se mudou para minha cidade e começamos a morar juntos, havia conseguindo uma vaga para trabalharmos juntos em SP. Depois de um ano de test drive, nos casamos em 2006, em uma festa bem descontraída, com o tema Anos 80. Começando muito feliz, com apê novo, emprego novo e expectativas.
 
Nos anos seguintes, trabalhei muito e comecei a crescer na carreira. Sempre tentei conciliar isso com o casamento, mas ele queria um ritmo de vida diferente, algo mais tranquilo e isso foi motivo de algumas brigas e de um desgaste no casamento. Passamos por uma fase difícil em 2010 e neste ano saí do emprego. Foi quando comecei a fazer os primeiros exames, pois desde o ano anterior não toma mais o anticoncepcional e nada acontecia, comecei a ficar com receio de que meus maiores medos estivessem se mostrando.
 
No início de 2011, ao identificar que tinha SOP (síndrome dos ovários policísticos) e que, mesmo sem ter os sintomas clássicos, isso podia gerar problemas de ovulação. Tomei o Serophene (indutor) por 5 ciclos com coito programado e nada. Depois disso, fiz uma série de exames, como ultrassons, ressonâncias e até a malvada da histerossalpincografia (um exame que dói pra caramba) e nada. Me consultei com um médico chato indicado por uma colega de trabalho que queria fazer uma videolaparoscopia após um resultado de exame CA 125 realizado em julho deste ano, mas achei caça-nível que nem olhou na minha cara e não quis fazer pelo plano de saúde que cobria, apenas particular, resolvi procurar outro profissional.
 
Após uma amiga nosso engravidar de gêmeos aos 41 anos, ela me indicou a médica que fez o tratamento e ainda em 2012 começamos a aprofundar a investigação. Fiz vários outros exames (como exames genéticos para mutação dos genes que nem lembro o nome), ligados à trombofilia ((fator antinúcleo FAN, cardiolipina, fator V de Leiden, mutação do gene da protombina, proteína C, proteína S, anti-trombina III, MTFRH e hemocisteína). Nada, apenas algumas alterações no gene heterogizoto, mas sem preocupações maiores. Na ressonância magnética foram identificados alguns miomas, que aparentemente não atrapalhariam. Nenhuma resposta precisa. Fiz também o Cross Match para analisar a compatibilidade imunológica (mas não fiz o tratamento com as vacinas).

Em 2013, um ano que começou com um momento muito, muito delicado no casamento, com a descoberta de uma traição pelo meu marido, mas este é um assunto que não quero comentar aqui e fiz um esforço sobrehumano para superar), resolvi que, independentemente de ter filhos e da continuidade do relação, iria cuidar de mim. Devido às fortes cólicas que sentia e os sangramentos, a médica achou melhor ter um diagnóstico para suspeita de endometriose, em fevereiro fiz a videolaparoscopia, com internação e tudo O resultado não demonstrou nada, apenas os miomas que haviam crescido, sendo 3 bem grandinhos.

Com a crise no casamento aparentemente superada, decidimos partir para algo mais intenso para o projeto de ter filhos. Após meu aniversário em março, começamos a fazer usar a medicação. Este é o ponto em que este blog começa e o resto da história ainda está em construção. Com muita esperança e vontade de realizar meu sonho!

 

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