sábado, 3 de agosto de 2013

Por que não engravido com a fertilização in vitro?

É inegável que a ciência nos ajuda nesta longa jornada para conseguir a tão almejada gravidez. Nem vou questionar aqui os motivos que nos levam a ter filhos mais tardiamente (até poderia fazer uma autoanálise sobre os motivos egoístas que me fizeram pensar na carreira, mas não vem ao caso...)
A fertilização melhor as estatísticas, mas não é infalível. Quando dá certo, maravilha! Quando não acontece, muitos médicos recomendam sucessivas tentativas, o que é muito desgastante ao casal e é por isso que estou à procura de respostas após a 1ª FIV frustrada.
Se deu certo, é só esperar o bebê chegar. Se deu errado, o que pensar? Se fiz tudo o que o médico orientador, onde está o erro? Qual seria uma explicação convincente?

Reproduzo aqui o trecho de um artigo disponível no site da Clínica Nilo Frantz, que traz esclarecimentos...
Abaixo algumas das causas mais comuns que levam a falhas na fertilização in vitro temos:

Alterações imunológicas
Existe um grande número de anormalidades no funcionamento do sistema imunológico que podem impedir a adequada implantação de embriões no ambiente uterino. 
Através da realização de exames de sangue altamente especializados, é hoje possível diagnosticar e tratar tais alterações. 
Depois de adequada investigação, frequentemente são diagnosticadas elevações nos níveis de células natural killers (NK) ou de anticorpos do tipo anti-fosfatidilserina, anti-cardiolipina, anti-tireoglobulina, entre outros. 
Além da síndrome anti-fosfolípides, mutações em genes como o MTHFR, da protrombina e do fator V de Leiden também podem ser avaliadas. 
Os tratamentos variam desde o uso de comprimidos de ácido fólico, prescrição de corticóides, até a necessidade do uso diário de injeções subcutâneas de enoxaparina sódica. Em alguns casos específicos, pode estar indicada a administração de imunoglobulina humana endovenosa ou de imunizações com linfócitos paternos.

Alterações uterinas
Através de exames como a ultra-sonografia transvaginal de alta resolução, a histerossonografia, a ressonância nuclear magnética, a histerossalpingografia e a histeroscopia é possível diagnosticar e tratar problemas que levem às falhas de implantação embrionária. 
Anormalidades como endometrite, pólipos endometriais, miomas submucosos ou sinéquias podem ser identificadas e tratadas.

Alterações cromossômicas e genéticas
Significativo percentual dos embriões gerados, seja naturalmente, seja mediante tratamento, apresenta anomalias em seus genes ou cromossomos, o que acabar por impedir o desenvolvimento de uma gestação normal (sucessivos abortamentos ou repetidas falhas em fertilizações in vitro). 
Além da análise por cariótipo do homem e da mulher, hoje dispoe-se de uma série de métodos capazes de identificar o problema. Destacam-se o estudo do material nos casos de abortamento, o diagnóstico genético pré-implantacional (PGD/PGS) e o array-CGH, estes últimos capazes de rastrear alterações cromossômicas e gênicas no estágio embrionário, antes mesmo da implantação da gestação no útero da futura mãe. 
O método array-CGH, por exemplo, está permitindo revelar milhares de alterações gênicas que até então não eram nem sequer suspeitadas. Algumas começam a ser descobertas e descritas na literatura médica somente agora. Este exame, quando indicado, analisa embriões no estágio de blastocisto (5º dias pós-fertilização in vitro) e exclui alterações gênicas imperceptíveis no estudo do cariótipo, elevando assim a taxa de gestação para até 60% por tentativa.

Alterações na qualidade dos gametas (óvulos e espermatozóides)
A qualidade dos gametas femininos (óvulos) e masculinos (espermatozóides) influencia diretamente nas taxas de gravidez. 
Basta uma ser alterada para não ocorrer a fecundação ou haver o desenvolvimento inicial de um embrião que não resultará em gestação evolutiva. 
No caso dos óvulos, verifica-se com o passar da idade o aumento no percentual de anômalos. Tal queda na qualidade se acentua após os 35 anos. Mas, mesmo mulheres jovens podem ter problemas desta ordem. Fatores agravantes são o tabagismo, o uso de drogas, o contato com substâncias químicas tóxicas e uma alimentação inadequada, sobretudo, a ingestão frutas e verduras com pesticidas. 
No caso do homem, verifica-se no exame espermocitograma uma parcela significativa de distúrbios na quantidade, na motilidade e/ou na morfologia dos espermatozóides. Exames como o teste de fragmentação do DNA espermático, por exemplo, podem quantificar se há ou não um comprometimento acentuado na cromatina. A superampliação da imagem dos espermatozóides em até 16 mil vezes (técnica denominada de IMSI ou, no Brasil, de super-ICSI) tem auxiliado os embriologistas a selecionarem os melhores espermatozóides.


Um dos principais quesitos para o sucesso do tratamento é o controle rigoroso da qualidade vigente no laboratório de reprodução assistida. Os investimentos em equipamentos e insumos, bem como na constante qualificação da equipe são fatores que, embora não estejam ao alcance da avaliação dos casais, tem estreita relação com o sucesso dos ciclos de fertilização in vitro.  


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