domingo, 23 de novembro de 2014

Relação entre Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), uso de Metformina e Fertilização in Vitro (FIV)


Como estou usando Metformina a pedido do médico por um diagnóstico de ovários policísticos, antes de iniciar a indução de ovulação para a FIV, resolvi buscar mais informações sobre a relação entre o uso deste medicamento, que a princípio tem sua indicação principal para diabetes, mas também ajuda no tratamento da SOP.

A SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) é um dos fatores que leva muitas mulheres à procura pelos tratamentos de FIV.



Tem informações bem detalhadas no link abaixo sobre o diagnóstico: http://www.ipgo.com.br/sindrome-dos-ovarios-policisticos-sop/
 
No meu caso, não tenho os sintomas, como alterações nos ciclos menstruais (com longos intervalos) ou aparecimento de pelos no corpo, de acne e da obesidade, mas no ultrassom são visíveis os vários cistos. Há uma diferença entre cisto no ovário e ovário policístico, que depende do tamanho e no número de cistos. Geralmente, na síndrome, existem de 10 a 20 pequenos cistos com meio centímetro de diâmetro, enquanto os cistos de ovário são únicos e bem maiores, medindo de 3 cm a 10 cm.

Os cistos não são a causa do problema relacionado às tentativas de engravidar, mas refletem a consequência de um desequilíbrio hormonal, pois o corpo não consegue fazer progredir a ovulação, porque os folículos não se desenvolvem a contento. Além disso, o tecido ovariano onde os folículos estão localizados ajuda a piorar a situação. Ele se chama estroma e também produz androgênio, que é um hormônio que dá origem ao desenvolvimento de características próprias do sexo masculino, sendo o mais conhecido a testosterona. Por isso, o ovário típico da síndrome tem maior volume e estroma aumentado.
 
 
Para o tratamento da SOP, é importante localizar suas causas, que podem ser fatores relacionados ao hipotálamo, na hipófise, nos ovários ou nas suprarrenais e produzem mais hormônios masculinos do que o normal, o que favorece o hirsutismo (como descrito acima). Mas também podem ser manifestação de hiperinsulinismo, por isso a recomendação do uso da metformina.
 

Tratamento para SOP e fertilidade

Como se trata de uma doença crônica, não cura-se a síndrome, mas ataca-se os sintomas. No caso das mulheres obesas, às vezes, só a perda de peso provoca a reversão do quadro, porque a obesidade gera resistência à insulina e essa resistência produz o aumento de andrógenos, os hormônios masculinos.

No caso de mulheres que não são obesas, o tratamento pode ser com uso simultâneo de pílula anticoncepcional (para diminuir a produção dos hormônios masculinos) e metformina para tratar a resistência à insulina, o que tem trazidos relatos de sucesso.

 

 
Metformina para melhorara fertilidade: mas e os efeitos colaterais?

Como eu tinha histórico de diagnóstico de ovários policísticos e os últimos ultrassons confirmaram, comecei a tomar metformina para “limpar” os ovários, que tem muuuuuitos pequenos cistos.

A Metformina (com vários nomes comerciais, como Glifage, Dimefor e Glucoformin - ou o genérico!), é um remédio oral para Diabetes Tipo 2, também é utilizada para o tratamento da Síndrome dos Ovários Policisticos. Um dos benefícios, em relação aos outros remédios para diabetes é que não causa hipoglicemia e também ajudar a reduzir os níveis de colesterol LDL etriglicerídeos, além de auxiliar a emagrecer, mas também tem efeitos adversos.

A metmofina só deve ser usada por pacientes selecionadas e com prescrição médica e posso dizer que os efeitos colaterais são bem chatinhos, principalmente gastrointestinais. No meu caso, tive diarréia, náusea, vômito e um pouco de cólica. Dizem que vão melhorando depois do uso prologando. Tive um mega piriri no primeiro dia, pois estou tomando um ao dia ainda, para aumentar para 2 após 10 dias. Espero usar apenas por um período até tudo normalizar e poder tomar os remédios para induzir a ovulação da próxima FIV.
É importante cuidar da alimentação, agora vou procurar uma nutricionista, aí os efeitos colaterais deixam de ser negativos como dores abdominais e passam a ser um corpinho mais magro e saudável.
 
 
 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Resumo de toda a minha história – Retrospectiva das tentativas de engravidar e tratamentos

Aproveitei o feriado prolongado para registrar aqui toda a minha saga.

Fui até os primórdios, lembrando de minha primeira menstruação aos 14 anos. Para minha primeira relação e começar a tomar o anticoncepcional, esperei até os 21...

 
1991
Primeira menstruação, ao 14 anos
1998
Início do uso do anticoncepcional (Gracial e depois Diane 35, devido às espinhas)
2009
Início das tentativas de engravidar (uso de tabelinha com datas programadas)
2010
Diagnóstico de Ovários Policísticos – Uso de anticoncepcional Elani (uso contínuo)
2011
Janeiro = Dr. Carlos - 5 ciclos de Serohene para estimular ovulação / coito programado sem sucesso
Jullho – Dr. Sérgio = queria fazer videolaparoscopia para endometriose após Ca125, mas houve alteração de médico
Setembro – Dr. Manoel – exames de sangue para avaliar planejamento de FIV,
2012
Março - Exames com Dr. Manoel para avaliar FIV, mas sem progressos e dúvidas.
Setembro – Início do tratamento com Dr. Mônica (exmes e suspeita de endometriose).
2013
Fevereiro = Videolaparoscopia (não havia endometriose)
Maio= Indução da Ovulação e Punção (aspirados 20 óvulos e 6 no D2).
Devido à hiperestimulação ovariana, a médica sugeriu que a transferência fosse adiada para o próximo ciclo, com pausa para descanso até a menstruação.
Julho = FIV (sem sucesso de implantação))
Setembro – Realização de CrossMatch para verificar problemas imunológicos  - foi demonstrada necessidade, mas não realizado tratamento por dúvidas quanto eficácia
Novembro = exames para avaliar trombofilia para justificar falha deimplatação ou genética.
2014
Agosto = Realização de novos exames com Dra. Monica, devido ao aumento dos miomas. Foi recomendada cirurgia de retirada, mas como envolvia riscos, buscou-se outro especialista.
 
Início do tratamento com Dr. Julio
Setembro =  Início do uso de Allurene devido aos miomas e dores abominais
04/Novembro = Manutenção do Allunere e acréscimo de Primogyna
13/Novembro = US e injeção de Gonapeptil – Início do Microvral + Metmorfina (devido aos ovários policísticos)
 
VALORES DO NOVO CICLO DE FIV
Honorários médicos = R$5mil
Clínica = R$6mil
Medicação = R$6mil a R$8mil

 
Agora, esperando o novo ciclo e aguentando os efeitos colaterais da Metmorfina, até parei de tomar pois dá muito piriri...
 
 
 

O tal do Exame Hormônio Anti-Mulleriano

Meninas, ao retomar o tratamento, passei o histórico para o médico e um dos pedidos foi para fazer o exame do Hormônio anti-Mulleriano. Ele disse que era para saber como estava minha reserva ovariana, já que nós, mulheres, nascemos com uma quantidade finita de óvulos e por isso bate o desespero após os 35-37 anos.
O plano de saúde não cobre e é meio caro, foram quase R$500 que acabei passando no cartão porque esqueci de perguntar antes quanto custava e me surpreendi no laboratório. Tudo bem, mas um pra conta, já foram tantos e tão caros... snif, snif.
O melhor é que o resultado me trouxe boas notícias e esperança! Para minha idade, estou bem na foto.




O Hormônio Anti-Mülleriano (HAM ou AMH) é considerado o exame que melhor possibilita saber qual a reserva ovariana da mulher. Assim, ela ajuda a determinar indiretamente qual a quantidade de óvulos que a mulher dispõe em seus ovários, pode ajudar na previsão da idade da menopausa e, nos processos de indução da ovulação, é usado para o cálculo da dose das medicações necessária na reprodução assistida.
No meu caso, estou com um número bom para a idade (37 anos) e 7,94 ng/mL. Yupi! Finalmente uma boa notícia 

 

Matemática da Reserva Folicular

Bom, só para entender como o exame: o marcador do Hormônio Anti-Mülleriano, temos que nos remeter ao conceito de “reserva folicular”, que é a quantidade de óvulos que a mulher dispõe em seus ovários.

- A mulher tem seu maior número de óvulos em dois momentos: antes do nascimento (em estágio de folículos primordiais) e na metade de sua gestação (por volta das 20 semanas), correspondendo a 7 milhões.
- Ao nascer, este número já se reduz. Começamos então com 2 milhões de folículos primordiais e o processo de perda nunca cessa, independentemente de estar grávida, usar hormônios ou tomar pílula anticoncepcional.
- Na idade da primeira menstruação (menarca) restam 500 mil óvulos aproximadamente.
- Por cada ciclo, estes óvulos serão consumidos na média de 1.000 para cada menstruação, para que apenas um fique maduro (o folículo dominante); os demais sofrem um processo chamado de atresia ("morrem").

- Nesta jornada, chegamos aos 38 anos de vida com apenas 25 mil óvulos e aos 50 com praticamente zero.

- Daí a importância de se engravidar antes da idade em que o número de óvulos torna-se crítico (35 ou 38 anos).

Outro fator importante é que a idade interfere diretamente com a qualidade deles, ou seja, teremos menos óvulos e de pior qualidade. Realidade cruel.

A relação entre o Hormônio Anti-Mülleriano, o FSH e a Inibina-B

O hormônio Anti-Mülleriano é produzido pelos folículos ovarianos em crescimento e por isso permite determinar a quantidade da reserva ovariana.
As alterações dos marcadores da função ovariana feminina começam com um declínio dos níveis séricos do hormônio Anti-Mülleriano, seguido pela diminuição de inibina-B e, por último, o aumento de FSH.
Sabe-se que os níveis de FSH aumentam à medida que a mulher se aproxima da menopausa, pelo simples fato de que com uma menor quantidade de folículos disponíveis, o corpo precisa de cada vez mais hormônio para conseguir uma resposta ovariana. Os valores considerados normais variam entre 3,0 e 10,0 UI e um FSH alto está associado a taxas mais baixas de sucesso em técnicas de reprodução assistida (o meu está em 2,40 mIU/mL – para uma variação sugerida pelo laboratório entre 0,34 a 5,60 mIU/mL – não é uma beleza, mas tá valendo).Quando fiz o exame em 2011, a taxa era a mesma, mas era em 2010 de 7,52 mIU/mL aos 34 anos e caiu para 3,9 no ano seguinte. Ou seja, a mudança realmente ocorre na virada para os 35 anos!

Já a inibina-B é um hormônio produzido pelas células da granulosa de folículos em crescimento. Esse parâmetro representa uma medida mais imediata da atividade ovariana, onde níveis considerados normais ficam em torno de 100,0 pg/ml.

Mulheres com altos níveis do hormônio Anti-Mülleriano podem ter maiores taxas de sucesso de gravidez na FIV segundo vários estudos, mas há outros fatores que podem afetar, sendo um deles a Síndrome dos Ovários Policísticos, que é meu caso. Vou escrever um pouco sobre isso.
 


A SOP está associada a valores altos de Hormônio Anti-Mulleriano (HAM) e consequentemente este grupo de mulheres tem um suprimento significativo de óvulos em seus ovários.

Embora ter altos níveis de HAM seja uma ótima notícia para mulheres que querem engravidar, pois significam que existe uma grande chance destas mulheres terem muitos óvulos saudáveis disponíveis para suportar uma gravidez. Para uma FIV, podem estar associadas ao maior número de óvulos e embriões disponíveis, mas o problema é que quantidade nem sempre significa qualidade. Além disso, há maior chance de que estas mulheres tenham problemas com hiper-estimulação nos processos de indução de ovulação.

Assim não há ainda estudos que possam confirmar a relação entre os níveis de HAM e a qualidade dos embriões conseguidos através da FIV.

Para o tratamento da SOP, os médicos recomendam para que as que estão acima do peso, possam melhorar dieta e aumentar atividades físicas. No geral, busca-se mudança nos hábitos de vida e medicação para melhorando sensibilidade à insulina, hiperandrogenismo, fatores de riscos metabólicos, ciclos menstruais e ovulação, para reduzir tanto o número de folículos ovarianos retidos como o volume ovariano, regulando a fertilidade e a capacidade reprodutiva.

Os agentes sensibilizadores da insulina também fazem parte do manejo dessas pacientes, como o uso de metformina.

Fontes:

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Por que hoje as mulheres adiam a gravidez?


Por que hoje as mulheres adiam a gravidez?

Esta é uma pergunta delicada, que muitas vezes nos desviamos dela e outras damos alguma resposta bem padronizada, do tipo, “as mulheres conquistaram o mercado de trabalho e decidem sobre quanto ter ou não filhos” ou “o avanço da ciência me possibilita ser mãe mais tardiamente”.

OK, são respostas válidas e realistas, Mas será, que lá no fundo, bate um arrependimento por termos dedicado tanto tempo à carreira, conquista da estabilidade, estudos, estabilidade e busca de confortos materiais que dá vontade de poder voltar no tempo?

Infelizmente a ciência não avançou na construção da máquina do tempo, apesar de ter avançado muito na genética e tratamentos para infertilidade.

Com os inúmeros projetos profissionais com que nos comprometemos, o sonho de ser mãe é adiado. Ficamos esperando pelo "momento certo" de engravidar  Para aquelas que têm o desejo de ser mãe sempre chega, para algumas mais cedo e para outras mais tarde, mas sempre chega. É aí que a coisa desanda: as chances de engravidar diminuem em muito a partir dos 35 anos.

Um casal só é considerado infértil se tentar regularmente a gravidez durante um ano e não conseguir sucesso. Para a Organização Mundial da Saúde, somente 15% dos casais têm algum problema de infertilidade durante a vida fértil.
 
As estatísticas não nos ajudam – nem as pressões da sociedade e família quando estamos tentando!
E o sofrimento para nós, mulheres, que nos deparamos com esta dificuldade, fica entre a dualidade da culpa por ter adiado tanto ao priorizar projetos pessoais e a dúvida sobre o porquê não engravidar, quando a extensa bateria de exames do casal mostra que está tudo bem.
Ainda não tenho as respostas, acho que criei o blog para esta e outras reflexões, além do registro da minha experiência durante o tratamento, para compartilhar o que sinto e o que aprendi, com todas que compartilham deste mesmo projeto.
Hoje não me culpo, simplesmente vou até o fim para conseguir completar tudo o que conquistei, mas dividir com vocês, neste espaço, me dá forças. Obrigada a você que me acompanha e me entende...

 
 

Juntando forças: “Nada se constrói parado”

Não tenho conseguido escrever com tanta frequência, mas trago aqui as últimas novidades destes últimos tempos nesta nova tentativa.

Depois da inércia de quase um ano, de ficar em dúvida sobre as orientações da médica que fez a minha primeira FIV, estou retomando com outro especialista.
Ele foi bem recomendado e, na mídia, ficou conhecido por ter feito a fertilização de uma mulher de 62 anos aqui em Campinas. Se estou com 37 e produzo muitos óvulos, como todos os médicos dizem, tem que dar certo!

Bom, vou escrever no próximo post o tratamento que estou iniciando neste novo ciclo, mas fica a mensagem do dia abaixo. Tenho dita e vamos em frente!

sábado, 8 de novembro de 2014

Por que não consigo engravidar?

Gente, como sabem, criei este blog para contar um pouco sobre as angústias e descobertas no processo da FIV. Ainda não consegui realizar o meu sonho na primeira tentativa e por isso estou partindo para a segunda. Estou sentindo um misto de animação e de algo que não sei explicar... talvez um certo conformismo ou racionalização de que “se não der certo, tinha que ser”. Sei que isso é péssimo e por isso o post hoje vai ser em tom bem pessoal e confessional.

Há cerca de 5 anos, quando comecei a investigar as causas de uma possível infertilidade, já com 33 anos, morria de medo que algum dos vários exames – realizados repetidas e exaustivas vezes – mostrasse que eu não podia engravidar. Isso era um fantasma horrível, mas que com o passar do tempo nem achei o pior de todos, pois percebi que outro tão medonho quanto é não saber as causas da infertilidade. A questão é: “Por que não consigo engravidar?”

Apesar de todos os esforços e especialistas consultados, de todo grana, ansiedade e dor, ainda não tenho a resposta.

Sabe... sempre tive horror deste assunto, desde a adolescência e vou contar o porquê. É bem boa, mas vou compartilhar porque assim este besteirol sai da minha cabeça e no texto até pode parecer engraçado – e quando eu começar a rir de tudo isso ou um dia chorar de felicidade por ter superado tudo com meus filhos, fica um registro.

Acho que este blog-diário tem este papel não é?! Acho que sim. OU melhor, espero que sim por poder compartilhar com vocês.

Aos 13 anos, quando todas as amigas já tinham peito, usavam soutien e também já tinham menstruado, eu nada. Nem peito nem o “chico”, como chamavam à época. Era super encanada e pensava: será que não vou menstruar nunca? Será que não vou poder ter filhos?

Aí um dia, morando em cidade beeeem do interior de SP, havia uma vidente muito famosa na região, destas do tipo que resolvem sequestros, aparecem na tela e tal. Ela fazia um trabalho voluntário e meu pai ajudou em um dos projetos. Não lembro bem o motivo, mas ele tinha que entregar algo à ela e fui junto. Chegando lá, ela segurou bem na minha mão e disse: “Que menina linda e vistosa, pena que tem um problema no útero/ovário que não vai conseguir engravidar”.

Putz, morri alí. Imaginem isso na cabeça de uma adolescente normal. E agora, na cabeça de uma adolescente paranoica. Pois bem, sofri por quase um ano em silêncio até finalmente ficar menstruada aos 14 anos. A vida seguiu normal. Os peitos não cresceram e então resolvi com próteses de silicone quando adulta aos vinte e poucos, tudo certo. Até que tudo voltou à tona quando tentei engravidar.

Mais uma vez, se alguém que me conhece estivesse ouvindo isso de mim, não iria acreditar, pois sou muito cética com estas questões, altamente racional. Tenho sempre a ciência como premissa, pois tudo que estudei na pós-graduação, no mestrado e doutorado me levam à objetividade dos fatos. Sei que não é lógico ou coerente, mas julgamos tanto as pessoas e neste caso, me exponho sem querer ser julgada.

Nos tratamentos, continuo me pautando pelas possibilidades que o avanço da ciência oferece, a maravilha do que foi anunciado nos anos 80 como o “bebê de proveta”, lembro bem  quando era criança em uma reportagem do Fantástico. Mas o desabafo é porque há razões que nossa razão não precisa explicar, elas apenas existem. Talvez este fosse o momento para libertar um dos fantasmas que estavam comigo.

Escrever estes textos mais pessoais tem sido difícil para mim. Como sou acostumada com textos técnicos, falar sobre o que sinto é mais complexo do que escrever um artigo científico, mas só gostaria de registrar o quanto tem sido uma experiência reconfortante, principalmente pelos comentários de apoio que recebo. Achei no começo que ninguém fosse ler e agora são tantas mensagens lidas, obrigada!!!

 
 
 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Resumo do tratamento (medicação) da 1ª FIV


Meninas, como perceberam, estou de volta para iniciar o novo ciclo para a segunda FIV. Acho que agora vai dar certo, estou bem animada, depois de uma fase altamente deprê, que durou um ano (isso mesmo, um ano!).
Descontei no trabalho, com jornadas de 14 horas por dia, mas percebi que era uma forma de não pensar sobre o assunto.

Dando prioridade ao meu projeto de vida, o médico pediu um retrospecto do tratamento anterior. Como passei por email, resolvi colocar aqui também para deixar registrado.

Peço que entendi, como tive hiperestimulação, com muitos folículos, mas poucos óvulos maduros ou embriões de qualidade, este será o foto do tratamento a partir de agora.

Um resuminho para registro o que aconteceu em 2013...


MAIO DE 2013: INDUÇÃO DA OVULAÇÃO

- A partir do 4º dia da menstruação: injeção de Menopur
- Foram duas ampolas por vez  – sempre no mesmo horário – durante 10 dias
- No 10º dia: uma injeção de Ovidrel, no horário indicado pela médica
- Após os 10 dias com uso do Menopur, foram gerados 24 folículos

RESUMINDO: 10 DIAS DE MENOPUR E UMA DOSE DE OVIDREL

 
ASPIRAÇÃO DOS FOLÍCULOS – DIA 15/5/13

- Dos 24 folículos, foram aspirados 20.
- Dos 20 óvulos, sendo somente 8  estavam complementa maduros e 1 que amadureceu no dia seguinte.
- Destes "9", 8 foram injetados no mesmo dia e 1 foi injetado no dia seguinte. Tivemos 6 embriões fertilizados que foram congelados no D2.
- Devido à hiperestimulação ovariana, a médica sugeriu que a transferência fosse adiada para o próximo ciclo, com pausa para descanso até a menstruação.

 
JULHO DE 2013 – PREPARAÇÃO PARA TRANSFERÊNCIA

 
Medicação para preparar o meu endométrio para a implantação: uso de 2 comprimidos por dia de Natifa (a partir do  4º dia da menstruação)

DATAS:
·         30/6/13 (domingo) = Início da medicação
·         05/07/13 (sexta) = primeiro ultrassom e o endométrio estava com 7 mm.
·         08/07/13 (segunda) =  endométrio com apenas 9 mm, a médica pediu para fazer um reforço, além do Natifa, implantar 2 adesivos de Estradot a cada 3 dias.
·         18/07/13 (quinta) = transferência

TRANSFERÊNCIA = 19 DIAS APÓS INÍCIO DA MEDICAÇÃO PARA PREPARAÇÃO DO ENDOMÉTRIO

 
RESULTADO DA TRANSFERÊNCIA  - 18/07/13
 
- No dia, foram descongelados 03 embriões. Um deles não se desenvolveu e foram transferidos dois embriões no D3.
- Foram implantados, portanto, 2 embriões , com 7 e 8 células respectivamente, ambos grau I.
- Com o exame Beta realizado no D 14, foi negativo.

Há ainda 3 embriões congelados:
·         1 embrião injetado no dia seguinte que foi congelado junto com os demais com fertilização 2PN
·         1 embrião com 3 células, grau I, iguais
·         1 embrião com 2 células, grau I, iguais


Além de embriões, esperança!
 
 

Estou de volta! Um novo ciclo...


Pessoal, estou de volta!  Sim... depois de quase um ano, retorno ao blog.

Para quem estava acompanhando, me desculpem pelo sumiço.

Sinceramente, gente, paralisei total neste período, o “baque” do negativo foi muito grande. Não sei explicar e se isso aconteceu com mais alguém, simplesmente não conseguia fazer nada pela sensação de impotência, desamparo e frustação.

Mas estou de volta, depois de uma "piradinha básica"... rs....

 
Vou resumir o que aconteceu desde a publicação em dezembro/2013 para entenderem o que vai acontecer, um tipo de “retrospectiva de 2014”:

- Em janeiro, voltei à médica, que recomendou o Dr. Barini para fazermos o exame Cross Match . Como era espero o resultado mostrou que devíamos tomar a tal da vacina. Depois postarei um tópico só sobre isso...

- Como o tratamento com as vacinas é bastante controverso – e caro (tipo R$750 o exame e depois este valor por vacina, sendo 3 doses antes da FIV e 3 depois, no mínimo), acabamos não fazendo.

- Devido à medicação, os meus 3 miomas cresceram muito, um deles ficou gigantes e então tive que fazer novos exames (como ultrassom, ressonância) para decidir o que fazer com eles

- A dúvida passou a ser: retirar os miomas ou partir para uma nova implantação (já que ficamos com 3 embriões congelados).

- A médica que me acompanhou recomendou cirurgia, mas como tinha risco de perda de uma parte do útero pela localização do mioma, resolvi procurar outros médicos.

- Como havia ficado conhecido um médico especialista por ter feito a FIV de uma mulher que engravidou aos 62 anos – e por saber do currículo excelente dele – resolvi me tratar com ele..

- É muito atencioso e pediu vários exames, tudo de novo. Estamos pensando em começar um novo ciclo de estimulação, sim, tudo de novo, apesar de termos alguns embriões, queremos aumentar não só a quantidade, mas a qualidade. A intenção é evitar a cirurgia dos miomas e para isso estou tomando Alluere + Primogyna.

Como o médico é muito ponderado e dá muitas informações, vou compartilhando aqui.

Como a metamorfose da borboleta, estou me transformando para um novo ciclo e é isso que vou dividir com vocês. Vamos lá!