sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O tal do Exame Hormônio Anti-Mulleriano

Meninas, ao retomar o tratamento, passei o histórico para o médico e um dos pedidos foi para fazer o exame do Hormônio anti-Mulleriano. Ele disse que era para saber como estava minha reserva ovariana, já que nós, mulheres, nascemos com uma quantidade finita de óvulos e por isso bate o desespero após os 35-37 anos.
O plano de saúde não cobre e é meio caro, foram quase R$500 que acabei passando no cartão porque esqueci de perguntar antes quanto custava e me surpreendi no laboratório. Tudo bem, mas um pra conta, já foram tantos e tão caros... snif, snif.
O melhor é que o resultado me trouxe boas notícias e esperança! Para minha idade, estou bem na foto.




O Hormônio Anti-Mülleriano (HAM ou AMH) é considerado o exame que melhor possibilita saber qual a reserva ovariana da mulher. Assim, ela ajuda a determinar indiretamente qual a quantidade de óvulos que a mulher dispõe em seus ovários, pode ajudar na previsão da idade da menopausa e, nos processos de indução da ovulação, é usado para o cálculo da dose das medicações necessária na reprodução assistida.
No meu caso, estou com um número bom para a idade (37 anos) e 7,94 ng/mL. Yupi! Finalmente uma boa notícia 

 

Matemática da Reserva Folicular

Bom, só para entender como o exame: o marcador do Hormônio Anti-Mülleriano, temos que nos remeter ao conceito de “reserva folicular”, que é a quantidade de óvulos que a mulher dispõe em seus ovários.

- A mulher tem seu maior número de óvulos em dois momentos: antes do nascimento (em estágio de folículos primordiais) e na metade de sua gestação (por volta das 20 semanas), correspondendo a 7 milhões.
- Ao nascer, este número já se reduz. Começamos então com 2 milhões de folículos primordiais e o processo de perda nunca cessa, independentemente de estar grávida, usar hormônios ou tomar pílula anticoncepcional.
- Na idade da primeira menstruação (menarca) restam 500 mil óvulos aproximadamente.
- Por cada ciclo, estes óvulos serão consumidos na média de 1.000 para cada menstruação, para que apenas um fique maduro (o folículo dominante); os demais sofrem um processo chamado de atresia ("morrem").

- Nesta jornada, chegamos aos 38 anos de vida com apenas 25 mil óvulos e aos 50 com praticamente zero.

- Daí a importância de se engravidar antes da idade em que o número de óvulos torna-se crítico (35 ou 38 anos).

Outro fator importante é que a idade interfere diretamente com a qualidade deles, ou seja, teremos menos óvulos e de pior qualidade. Realidade cruel.

A relação entre o Hormônio Anti-Mülleriano, o FSH e a Inibina-B

O hormônio Anti-Mülleriano é produzido pelos folículos ovarianos em crescimento e por isso permite determinar a quantidade da reserva ovariana.
As alterações dos marcadores da função ovariana feminina começam com um declínio dos níveis séricos do hormônio Anti-Mülleriano, seguido pela diminuição de inibina-B e, por último, o aumento de FSH.
Sabe-se que os níveis de FSH aumentam à medida que a mulher se aproxima da menopausa, pelo simples fato de que com uma menor quantidade de folículos disponíveis, o corpo precisa de cada vez mais hormônio para conseguir uma resposta ovariana. Os valores considerados normais variam entre 3,0 e 10,0 UI e um FSH alto está associado a taxas mais baixas de sucesso em técnicas de reprodução assistida (o meu está em 2,40 mIU/mL – para uma variação sugerida pelo laboratório entre 0,34 a 5,60 mIU/mL – não é uma beleza, mas tá valendo).Quando fiz o exame em 2011, a taxa era a mesma, mas era em 2010 de 7,52 mIU/mL aos 34 anos e caiu para 3,9 no ano seguinte. Ou seja, a mudança realmente ocorre na virada para os 35 anos!

Já a inibina-B é um hormônio produzido pelas células da granulosa de folículos em crescimento. Esse parâmetro representa uma medida mais imediata da atividade ovariana, onde níveis considerados normais ficam em torno de 100,0 pg/ml.

Mulheres com altos níveis do hormônio Anti-Mülleriano podem ter maiores taxas de sucesso de gravidez na FIV segundo vários estudos, mas há outros fatores que podem afetar, sendo um deles a Síndrome dos Ovários Policísticos, que é meu caso. Vou escrever um pouco sobre isso.
 


A SOP está associada a valores altos de Hormônio Anti-Mulleriano (HAM) e consequentemente este grupo de mulheres tem um suprimento significativo de óvulos em seus ovários.

Embora ter altos níveis de HAM seja uma ótima notícia para mulheres que querem engravidar, pois significam que existe uma grande chance destas mulheres terem muitos óvulos saudáveis disponíveis para suportar uma gravidez. Para uma FIV, podem estar associadas ao maior número de óvulos e embriões disponíveis, mas o problema é que quantidade nem sempre significa qualidade. Além disso, há maior chance de que estas mulheres tenham problemas com hiper-estimulação nos processos de indução de ovulação.

Assim não há ainda estudos que possam confirmar a relação entre os níveis de HAM e a qualidade dos embriões conseguidos através da FIV.

Para o tratamento da SOP, os médicos recomendam para que as que estão acima do peso, possam melhorar dieta e aumentar atividades físicas. No geral, busca-se mudança nos hábitos de vida e medicação para melhorando sensibilidade à insulina, hiperandrogenismo, fatores de riscos metabólicos, ciclos menstruais e ovulação, para reduzir tanto o número de folículos ovarianos retidos como o volume ovariano, regulando a fertilidade e a capacidade reprodutiva.

Os agentes sensibilizadores da insulina também fazem parte do manejo dessas pacientes, como o uso de metformina.

Fontes:

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