terça-feira, 17 de novembro de 2015

Para finalizar o post anterior sobre susto com novo sangramento


Pois é, ontem foi uma segundona muito tensa. Não fui trabalhar, tive cerca de 4 episódios de sangramento e o mais intenso deles foi no final do dia, em que saiu não apenas a mancha em tom escuro, mas também sangue com vermelho vivo e alguns coágulos, não sei explicar, alguma coisa sólida Até tirei foto, mas acho nojento colocar aqui, então vou poupar a todos. Só mostrei para meu marido, que ficou tão nervoso e acabou ligando para o médico, ficou agendado ultrassom para hoje cedo.
Aproveitei o dia para descansar, apesar de checar o email corporativo no celular a cada 15 minutos (ai, não consigo desligar ainda do trabalho, estou tentando...) e fiquei esticada no sofá, vendo filmes e séries.
A terça começou silenciosa em casa, aquele medo de que o bebê não estivesse mais comigo, pouca conversa no café da manhã (e também porque continuo com enjôo). Chegando à clínica, fui muito bem recebida como sempre, são todos tão atenciosos, profissionais e competentes, super recomendo mesmo!!!
Na sala de ultrassom, enquanto aguardava a médica que faz os exames, aquele frio na barriga... Meu marido disse que quando estou com medo, fico com “cara de coruja”, tipo olho arregalado e boca fazendo bico. Eu não sei como é, mas quando ele fala isso, dou risada e até descontraiu um pouco.
Aí é perna pra cá, perna pra lá, acomoda para colocar o aparelho do ultrassom e eis que a médica disse: “Olha ele aqui, todo lindão!!!”. Meu coração disparou. Ouvi um barulho que não sei se era o coração do bebê ou o meu, só que não cabia em mim de felicidade. Ufa.... A médica não sabe o que pode ter levado ao sangramento, ela disse que esta fase há muita vascularização e disse para não exagerar em atividades físicas, mas que pode ainda acontecer nos próximos 5 dias.
Meu marido até filmou a imagem do bebê, é do tamanho de um grão de feijão, foi muito lindo!!! Saí aliviada, o médico (ele é muito fofo), veio conversar conosco, indicou 2 ginecologistas de confiança para já iniciar o pré-natal – já demos bastante trabalho pra ele.... kkkkkkk – e disse que eu estava liberada, mas deveria mantê-lo atualizado.
Saí de lá mais leve, para tomar café da manhã em uma padaria que gostamos bastante. Aí apareceu aquele lado de grávida bipolar: uma vontade absurda de comer tudo que vejo pela frente e, depois que comi, passo mal e tenho nojo de tudo. E em 15 minutos faço a mesma coisa, o tempo todo.
Prometi me comportar, não fazer esforço. Foi um grande susto, realmente sofri muito imaginando como seria a curetagem e todo sentimento de perda. Tenho lido relatos em vários blogs e, acreditem, sofro muito por vocês, parece que sinto tudo o que descrevem.
É, este lance de gravidez e tratamento para fertilização é muito louco! Primeiro é a fase de expectativa para saber quantos folículos/óvulos teremos na estimulação, depois quantos estão maduros na punção, depois quantos serão fecundados, aí quantos ficarão com boa qualidade até o estágio de blastocisto – e para quem congela, quantos sobreviverão após descongelamento – e então quantos serão transferidos, aí a fase interminável de espera pelo Beta. Ah, o Beta Positivo e começam novas fases, contadas por semanas para saber se o embrião está mesmo conosco, se ele está se desenvolvendo. Pronto, no ultrassom aparece uma “sementinha”, ele tá lá. Ouvimos o coraçãozinho e aí ficamos agoniadas para saber se ele continua batendo. E depois, todos os órgãos estão formados? Pois é, melhor assumir nossas neuroses e aceitar a loucura, eu já fiz isso e não ligo mais quando o maridão diz que sou doidinha... Quem não? Bjs e até mais
 
 
 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Voltando para contar as (várias) emoções dos últimos dias


Gente, sumi nestes dias, mas foi aquela montanha russa de emoções de sempre. Tenho boas e más e notícias, não sei por onde começar... Minha história parece carro esportivo, que vai de zero a cem em poucos segundos.
Na segunda tive o sangramento que relatei. Já havia acontecido um na semana anterior, não tão intenso. Desta vez foi um pouco mais forte, mas depois parou. Passei o período da manhã em casa e fui trabalhar à tarde e noite, porque já estava bem para fazer o ultrassom no dia seguinte.
Acordei cedo, morrendo de medo de ter perdido os bebês e quando a médica colocou o aparelho do transvaginal, foram alguns segundos de silêncio. Meu marido que estava ao lado já com cara de assustado e eu quase infartando. Aí ela disse, “Vejo um saco gestacional bem bonitão aqui”. E meu marido perguntou: “Cadê os outros?” e ela disse que era só um. Ou seja, perdi 2 dos bebês, não sei se foi no sangramento da semana passada ou neste da segunda. Só sei que tinha um. Bem que senti, depois do sangramento, que saiu uma secreção estranha, espessa, transparente.
Bom, a notícia boa é que ficou um bem lindinho e deu até para ouvir o coraçãozinho. Tinha uma luz piscante que era o coração e estava batendo normalmente. Que emoção!!!
Não sei como é o processo de comunicação na clínica, que é bem grande, mas de repente todos estavam sabendo, entre médicos, enfermeiras, atendentes e até o mocinho que entrega a medicação especial!
O médico foi falar com a gente, disse que os outros não ficaram pois não tinham boas condições de evolução, mas deveríamos nos centrar naquele excelente que ficou. Agora estou começando a acreditar que estou grávida. Estou meio desconfiada ainda (tantos anos de sofrimento, a gente fica tentando se proteger de outra decepção), mas agora estou mais perto do sonho.
Agendei o próximo ultrassom para o dia 25/nov, quando estarei com 7 semanas.
O que tenho até o momento deste resultado:
- Tempo de gestação: 5 semanas e 3 dias
- Tamanho do embrião: 0,37 mm x 0,38 mm
- Batimentos cardíacos: 111, 5 bpm
 
 
Sei que tem um negócio de vesícula (alguma coisa assim que medem) e está tudo bem. Ainda não peguei todas as informações, só fiquei com na mente com a imagem pulsante do coração de nosso bebê. Quanta felicidade!
Já no dia seguinte, não sei se é um fator psicológico, começaram sintomas mais expressivos da gravidez. Até então, eu tinha sentido dores de cabeça, dores nas costas, cólicas, gases (muitos) e aumento da vontade de fazer xixi. Nesta semana, senti meu olfato muito mais apurado (coisa que nunca foi), mudanças repentinas no humor (choro toda vez que aparece um comercial pedindo doações para o Médico Sem Fronteiras com crianças desnutridas ou da Action Aid, tô quase apadrinhando uma criança, de verdade) e os enjôos. Ah, estes enjôos são horríveis e não são só matinais. É o dia todo e piora à tarde e noite, fico com azia. Me dá uma vontade louca de comer algumas coisas e, do nada, nojo de outros. Aí como como desesperada e fico passando mal na sequência, mas ainda não vomitei nenhuma vez.
Outra coisa estranha que percebi é que a calcinha fica sempre úmida e perguntei para médica, ela disse que a vagina da mulher grávida é assim mesmo. Bom, pelo menos estou com sintomas e ouvi o coração do bebê. Tudo parece bem...
Mas... como sempre tem um “mas” na minha história, neste domingo meus sogros ligaram que iriam passar em casa para fazer uma visita. Como estava uma bagunça na sala, resolvi estender a manta do sofá e colocar algumas roupas que estavam espalhadas na área de serviço dentro da máquina. Não sei se me esforcei, mas senti uma fisgada forte no baixo frente e uma cólica intensa. Fiquei pálida na hora. Fui ao banheiro e tinha um pouco de sangue escuro junto com a medicação. Nãããããããoooooooo... acho que aconteceu algo.....
Na hora chamei meu marido, que ligou para o médico. Mais uma vez, ele disse, “que é comum mas não é normal e que deve ser feito repouso”. Fiquei em pânico e nem falei direito com meus sogros, que não ficaram em casa nem por 5 minutos, pois perceberam a situação. Meu marido mais uma vez perdeu o controle e deu a entender que, se acontecesse algo, a culpa era da minha movimentação. Não preciso dizer o quanto fiquei chateada, já que carrego tanta culpa a tantos anos. Fiquei arrasada, mas sei que ele está tão tenso como eu.
Passei o restante do dia com cólicas moderadas e fiquei deitada no sofá vendo TV. Não houve mais sangramento intenso, só alguns resíduos na medicação. Agora não sei o que fazer.
Estou com muito medo que a placenta tenha se descolado ou que o coração tenha parado de bater. Dá calafrios só em pensar e não posso fazer nada. Até pensei em agendar um ultrassom particular ou pagar à parte na clínica, mas parece que eles não recomendam ficar fazendo toda semana.
Outra coisa é que meu marido está pressionando para contar no trabalho. Não sei se falo com meu chefe, principalmente porque a empresa está em um momento crítico da economia ou se conto para minha equipe. Teria que fazer um evento em SP e meu marido não quer que eu vá, mas não vejo problemas porque vou de carona e só serei a mestre de cerimônias.
Torçam por mim....
 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Como se calcula o tempo de gestação em uma FIV



Estou agora me familiarizando com os cálculos do tempo de gestação para pensar em semanas, porque até então eu estava contando em dias após a transferência para facilitar a noção de tempo e os resultados do Beta.
Agora vou começar a contar em semanas, mudando a lógica... vou me acostumar.
Em uma gravidez natural, como minhas mulheres não sabem exatamente o dia da concepção, adota-se como praxe o contagem a partir da data da última menstruação. É a fórmula de Naegele, que usa o período de 9 meses e 7 dias para contagem no calendário de gestação. A regra para calcular o parto se dá com a subtração de 3 meses e soma de um ano e sete dias à data da última menstruação.
No caso de uma gravidez decorrente do tratamento de fertilização "in vitro" (FIV), a contagem começa com 14 dias antes da transferência dos embriões para o útero. Ou seja, no dia da transferência, acrescente duas semanas.
No meu caso, a transferência foi em uma sexta-feira, dia 16/10/15. Nesta lógica, toda sexta terei início em uma nova semana. Neste sexta passada, entrei na Semana 5.
Assim, o método de contagem da idade gestacional começa mesmo antes de ter acontecido a concepção (fecundação). A semana 1 começa com o 1º dia da sua última menstruação quando ainda não existe o bebê (que existe somente a partir da concepção, no final da 2ª semana).
Depois é importante observar que o desenvolvimento do bebê se divide em 2 fases importantes quanto ao seu crescimento e da formação e formação dos sistemas e órgãos.
  • Semana 1 a 9: é o período embrionário (o bebê é chamado de embrião) e são formados todos os seus órgãos e sistemas (organogênese). É uma fase de intensa proliferação de células. Só para termos uma idéia, o bebê, que começou a desenvolver-se a partir de 2 células, chega ao final da 4ª semana com milhões delas. Esse é também o período de maior vulnerabilidade às substâncias químicas ou os meios físicos e biológicos causadores de malformações.
  • Semana 10 até o nascimento: é o período fetal (o bebê é chamado de feto) e os órgãos já formados sofrerão um processo de crescimento e amadurecimento, até se apresentarem em plenas condições de funcionamento no final da gestação (que dura em média, 40 semanas, mas pode varia de 37 a 42).
Tem um link bem interessante que mostra o desenvolvimento, semana a semana, vale a pena conferir:

 

Ai, novo susto...

Eis que depois de um final de semana tranquilo, com muito repouso e mais uma overdose de filmes e séries, esticada como um lagartão no sofá, tive um susto nesta segunda pela manhã.
Fui ao banheiro e, ainda meio dormindo, bati o olho na calcinha e tinha uma mancha bem grande de sangue escuro, tipo quando a menstruação já deu sinal que chegou e vem a maré vermelha? Ai, gelei. Tentei ficar quietinha, não ficar nervosa e não dar alarme para acordar meu marido pois ainda cedo. Corri para aplicar o Crinone da manhã e o aplicador saiu bastante manchado.
Por uns 30 minutos tentei fiquei quietinha, mas me marido acordou e contei para ele. Resolvi mandar uma mensagem de WhatsApp para o médico, que logo respondeu, dizendo que “o sangramento é comum, mas não é normal, vamos antecipar o ultrassom”.
Ai, que medo, agendei para amanhã às 11h. Torçam por mim!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
P.S. Outra coisa estranha, fica saindo uma secreção aquosa, transparente, líquida e inodora na calcinha durante o dia, fiquei encanada, vou perguntar ao médico o que é isso. Amanhã estarei de volta!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sobre o andamento das coisas desde o último Beta

 
E o feriado chegou e agora está quase acabando.... que pena. Não fui pra praia com medo da muvuca e do mau tempo (chuva demais na previsão), mas também para manter o repouso nesta fase inicial após o Beta Positivo.
Estou muito feliz e comemorando cada minuto deste resultado, mas também muito ciente dos riscos. É muito racional dizer isso, mas garanto que é importante estar consciente.
Até agora, só contei para pouquíssimas pessoas. Na segunda, logo depois do 1º Beta, não aguentei e liguei contato para meus pais e sogros. Eles não sabiam dos tratamentos, mas acho que suspeitavam. Ontem contei para minha irmã, que está grávida do 2º filho, mas foi por WhatsApp mesmo, aí fiquei pensando como sou estranha (rs).
Depois do momento “sincericídio” do post anterior, vou contar aqui o que aconteceu nos últimos dias para um update. Também vou tentar escrever posts menores, acho que me prolongo demais e vcs devem ficar com preguiça de ler, é que quero compartilhar todos os detalhes!
Bom, a cada etapa da FIV, uma nova encanação e um novo medo. Pois é, prometi que falaria de todos os sentimentos. Percebi que o negócio é assim mesmo, melhor quando é igual a passei de buggy no Nordeste, tem que ser “com emoção”!!!! kkkkkk
Relembrando o meu “trajeto” e um pouco sobre os acontecimentos da semana passada:
 
16/10/15
D1
Transferência dos 3 embriões (estágio de blastocistos)
26/10/15
D11
Resultado Positivo no Beta Hcg Quantitativo
28/10/15
D13
Sinais de sangramento escuro (não contínuo), cólica e dores nas costas
31/10/15
D16
Secreção de um muco transparente e elástico
03/11/15
D19
Sinais de sangramento rosada com resíduos da medicação e cólica leve

 
- Depois de passar por um stress na quarta à noite no trabalho (28/10/15), tive na hora, dor nas costas e um sangramento em tom escuro. Um pouquinho que saia junto com o resíduo dos medicamentos. Poxa, logo depois de ver o resultado positivo do 2º Beta... Avisei o médico que pediu repouso (não absoluto para ficar na cama imóvel, mas relativo) e abstinência sexual (com toda esta tensão, juro que estou meio off para isso nesta fase... rs)
- Na quinta (29/10/15) fiquei em casa, um susto quando pela manhã, após colocar o Crinome, saiu um pouco de sangue vermelho vivo na posta do aplicador com o resíduo do medicamento. O médico reforçou o repouso, fiquei quietinha em casa.
- Na sexta, quando fui trabalhar e dirigi com muito cuidado. Ainda tive um sangramento de cor marrom escura, do tipo borra, não intenso e não constante, mas saia com os resíduos da medicação ao ir ao banheiro. Tentei não me esforçar muito, tenho me poupado de escadas e movimentos bruscos.
- No sábado, fiquei em casa, embora tivesse que trabalhar, com a equipe me deu cobertura. Levei um susto quando vi saindo um muco – transparente e elástico. Achei estranho, tentei não me desesperar. Fiquei o restante do dia em repouso, vendo filmes (overdose de Netflix)
- No domingo, novamente saiu o muco, mais uma vez, transparente e elástico. Pronto, na minha paranoia, já fiquei imaginando que era a perda do saco gestacional Achei melhor não avisar o médico e ficar bem quietinha em casa.
- Na segunda, feriadão, tudo normal, apenas muitos (muitos mesmo) gases, coitado do meu marido. Algumas cólicas leves e um pouco de dor nas costas. Mais filmes porque a chuvinha convidava para isso.
- Na terça (03/11/15), outro sustinho: no trabalho, ao fazer xixi, saiu um pouco de sangramento rosado junto com a medicação. Tentei não entrar em pânico e fui para a casa
- Na quarta, fiquei bem, mas tive dores de cabeça fortíssimas. Como agora só posso usar o Paracetamol, parece que não passa. Esperando que ela vá embora logo, mas nesta quinta, ainda estou com a cabeça latejando. Nada de enjôos até o momento. 

Portanto, o medo desta fase é um aborto, algo que pode acontecer em até 20% das gestações – em estatísticas gerais – e ainda apresenta índices maiores em caso de tratamentos de Fertilização In Vitro (FIV).
 
Achei alguns links, que compartilho aqui:
- Sobre “sangramento no início da gravidez e abortamento”
 
- Sobre os tipos de abortamentos e fases da gestação
 
Agora vou tentar manter a calma, esperando para ver o(s) saco(s) gestacional(is) e quem sabe, ouvir os batimentos acelerados dos coraçõezinhos deles. Bjs
 
 

Reflexões sobre as emoções após o Beta Positivo na FIV, os medos e as expectativas

Meninas, como prometi desde que criei este blog, contarei aqui todas as minhas emoções e o que vou aprendendo nesta saga, um misto de confissões, desabafo, experiência e informações que recebo dos médicos (mas sempre deixando claro que sou leiga, com discernimento sempre). Entrei na 4ª semana e não tenho nenhum sintoma de gravidez e isso mantem minhas neuroses de sempre (nunca escondi isso de vocês, não é só resultado da FIV!!!!)
Por isso, sempre vou narrar em primeira pessoa todas as comemorações de cada uma das fases com as conquistas e, como é um processo de muita ansiedade e expectativa, vou contar aqui também os meus medos e encanações. Será sempre “sem filtro”, ou seja, não me importo com julgamentos, quero apenas registrar minha história e acalmar mulheres que passam pelo mesmo processo.
Já adiando, este não será meu post mais popular – e depois perceberão isso... (rs), mas é parte da minha proposta da sinceridade de sentimentos e pontos de vista, sempre com abertura para o diálogo.
Percebi, em todo este processo louco de FIV, que informação é muito importante. Há muita coisa bacana na internet e não vivemos mais sem uma “pesquisinha básica” na rede, mas também devemos tomar cuidado com o que é divulgado em um espaço livre como é a web, onde nem sempre pesquisas e dados são comprovados, há fontes pouco confiáveis porque qualquer um vira autor. Sinto isso na minha prática profissional quando oriento os trabalhos de conclusão de curso na faculdade, tanto graduação como pós-graduação e vejo que as pessoas reproduzem coisas que estão em sites com baixíssima ou nenhuma reputação técnica ou validade acadêmica. Assim, é preciso muita cautela ao consultar o Dr. Google.
A internet tem um lado maravilhoso que é permitir que todos nós possamos nos expressar – e estou escrevendo neste blog graças à esta maravilhosa oportunidade – mas por outro lado, também abre espaço para informações desencontradas, plágio, dados equivocados, senso comum travestido de verdade científica, preconceitos, misoginia, retrocessos intelectuais por obscutarismo religioso e ataques à reputações pessoais. Há muita coisa deste tipo nas redes sociais e as pessoas esquecem das consequências jurídicas disso. Vejam o caso recente com a pergunta do ENEM sobre Simone De Beauvoir e a redação sobre violência contra mulher que causou tanto furor nos conservadores de plantão, que ignoram todos os avanços da mulher na sociedade, nossos direitos e vitórias contra o preconceito no que se refere à questão de gênero.
No caso do plágio, já encontrei muita coisa minha – sobre meus artigos acadêmicos e material de pesquisa – divulgados na web sem minha autorização, infringindo os direitos autorais e não são poucos os casos. Não vou relatar aqui para manter o sigilo. Outro caso que fiquei sabendo recentemente foi por meio de uma denúncia anônima que uma mulher em Fortaleza estava usando o meu material para dar treinamentos/workshops e cobrava por isso, tirando apenas meu nome e colocando o dela. Já estou tomando as providências processuais com o advogado, mas é muito chato.
Achei até vários blogs com cópia (e outros com paráfrases) dos meus posts. Pasmem, alguns eram bem pessoais e a pessoa apenas “adaptou” meu relato e escreveu como se fosse dela. Bem chato isso...
Outra coisa são os fóruns. Sei que muita gente pode se ofender com o que vou escrever, mas tem muita falta de informação. Há muita crendice e credulidade. Vejam, não estou questionando a fé e sim o fato das pessoas se apegar a informações sem questionamento ou fontes confiáveis. Não é, de forma alguma, um preconceito contra as pessoas que não possuem formação acadêmica, muito longe disso, mas um alerta para não tomarmos como verdade tudo o que lemos. O melhor é sempre buscar o apoio do médico, que deve ser de confiança – e também acessível. Nosso coração fica tão apertado de angústia pelo medo de perder nossos embriões e ter um apoio profissional é muito importante.
Gente, não é para acharem que acordei “de mal com o mundo”.....kkkkkkk.... Era só para dizer que, como a cada fase temos nossas dúvidas e medos, vou reproduzir aqui tudo o que sentir.
Estou bem ciente das possibilidades de abortamento ou falha de implantação, mesmo após o Beta Positivo. Estou comemorando e vibrando com cada uma das fases, vivendo intensamente.
Mas quando dá aquele medo, com um pequeno sangramento, uma cólica ou qualquer sintoma, corremos para a internet, que é um mundo de informação e ao mesmo tempo, fala tão pouco sobre nosso caso em particular. Nem sempre tem informação médica com qualidade, às vezes em alguns sites de clínicas, como o IPGO que tem coisas legais.
Há poucos sites com informações médicas ou artigos especializados. A maioria dos resultados por busca aparece nos fóruns, como o E-Family ou BabyCenter, em que conseguimos informação por meio de relatos, mas também há “desinformação” porque encontramos pessoas abaladas com seus tratamentos ou passaram por episódios estressantes. Claro que o ambiente de solidariedade nos ajuda, mas são pessoas como eu, que sou leiga nos aspectos médicos e por isso tomo muito cuidado ao publicar informações aqui.
Mas tenho que ressaltar a importância da cumplicidade destes fóruns, não é uma crítica a eles, mas um comentário sobre os nossos medos nesta fase após Beta quanto a um possível aborto e a dificuldade em encontrar informações confiáveis, mesmo porque cada caso é diferente, com um histórico pessoal e o melhor é sempre procurar o médico, a pessoa que nos ajudará.
Por isso vou compartilhar o que sinto e espero poder ajudar com esta “solidariedade” a quem aparecer por aqui, a partir do que estou vivendo, inseguranças e descobertas. De coração, agradeço muito pelo apoio de quem está sempre aqui comigo, é muito especial poder ter pessoas queridas que virtualmente – sem nenhum interesse ou mesmo vínculo – torcem por você.
Meu obrigada, a tod@s, mais uma vez!
P
.S. Como parte da loucura desta fase, vou postar a seguir todas as minhas encanações, ok? Não me exclui das pesquisas no Dr. Google. Faço parte do que escrevi acima, “no filter”.