Gente, desapareci, não é?! Pois é, muitas coisas aconteceram
no dia seguinte ao último post. Vou tentar resgatar aqui os principais
acontecimentos, pois é como sempre digo, a vida tem que ser “como passeio de
buggy no Nordeste, só tem graça se for com emoção”. Então vamos lá, vou tentar
lembrar de tudo.
Semana 30: Tudo caminhava muito bem, eu me sentia disposta
para organizar o enxoval do bebê, curtindo lavar as roupinhas, passar tudo (mesmo
que sentada na cama para não fazer esforço) e organizar tudo para a chegada tão
esperada. Apesar do meu marido encher o saco que estava comprando coisas demais
– homens.... Agora que estou realizando o meu maior sonho, não
poderia me poupar desta felicidade de cuidar das coisinhas do bebê (desculpem pela revolta, ele acha que tudo é desnecessário...).
Estava trabalhado normal até que em um sábado senti algo
estranho lá embaixo, parecia que tinha alguma coisa querendo sair. Como no dia
anterior tinha abusado um pouco, porque meu marido me deu carona para voltar do
trabalho (já que não posso dirigir deste o início da gravidez), mas ele estava
atrasado e me deixou a 4 quarteirões de casa. Fui andando, mas não fazia isso
desde o início da gravidez. Me cansei, mas fui devagar e achei que não teria
impacto. Tomei um Buscopan e fui dormir. Eis que no sábado não amanheci legal e
nem fui trabalhar. No final do dia, quando fui tomar banho, senti que saiu uma secreção
diferente, era parte do tampão mucoso!
Fiquei em pânico porque já tinha visto foto de tampão
mucoso. Aí continuou saindo alguns pedaços durante o banho e o último tinha um
pouco de sangue. Tirei foto e mandei para a médica. Não vou colocar a foto aqui
porque é meio nojento. Ela respondeu para ir ao pronto socorro por precaução.
Mas enquanto me trocava, começou a sair mais e a escorrer sangue vermelho vivo,
entrei em pânico!
Meu marido me levou às pressas para o hospital e com minha
mala que já estava pronta (a do bebê ainda não, mas depois daria um jeito
dependendo do que acontecesse). O médico plantonista era o mesmo que me atendeu
na ameaça de aborto (com descolamento da placenta na 10ª semana e quando tive
contrações na madrugada na 20ª semana). Ele perguntou: “você aqui de novo?”.
Pois é, mas desta vez era sério. Não conseguiu ouvir o coração do bebê muito
bem e no exame de toque viu que o sangue estava saindo do interior do útero e a
suspeita era descolamento de placenta (o que poderia exigir um parto de
emergência).
Fiz um ultrassom de emergência (isso já era uma 22h do
sábado) e o bebê estava bem, ufa! Mas ao voltar com o médico, ele quis fazer
outro exame de toque para entender o motivo do sangramento. Aí ele suspeito que
um dos miomas, o tal do “mioma parido” ou pólipo, estava saindo do útero e
forçando a abertura. Pediu minha internação para que a médica viesse me ver no
dia seguinte.
A médica estava fora da cidade, então passei o domingão em
observação no hospital, o sangramento continuava, um fator de preocupação. Na
segunda ela veio me ver pela manhã e após o exame, suspeitou que pudesse ser o
mioma saindo ou um pólipo. Fiquei em jejum e à tarde fiz a cirurgia para
retirada.
Me levaram naquela maca até o centro cirúrgico, fui morrendo
de medo. Meu marido ficou no quarto me aguardando e então começou o
procedimento para extração. Detalhe: sem anestesia! Juro, doeu demais, mas
aguentei firme, porque a anestesia poderia afetar o bebê. Senti vontade de
desmaiar, foram os 30 minutos mais doloridos da minha vida, mas segurei até o
final. A médica me mostrou, era um pedaço de tecido, com uma 5 cm de
comprimento, comprido, com bastante sangue, que foi para biopsia. O pior é que
ela deixou umas 5 gazes dentro da vagina para estancar o sangramento e eu teria
que tirar à noite. Fui para o quarto repousar, com muita dor, mas feliz porque
tudo deu certo.
Putz, quando tirei, estava sozinha no quarto, meu marido
teve que sair para trabalhar e minha família mora longe (a sogra não conta, não
se envolve e até prefiro). Cada gaze que saía era uma dor absurda, mas
conseguir puxar todas. Deu um pouco de tontura, chamei a enfermeira e ela disse
que minha pressão estava normal e era para repousar.
No dia seguinte, fiz um novo ultrassom, a médica me
acompanhou, muito fofa e gentil. Vimos que o colo está fechado, intacto e com
ótima espessura. Pronto, tudo certo, tive alta e fui para a casa!
31 semanas: Depois de tanto susto, fique me recuperando em
casa por alguns dias, trabalhando em home
office. Saí para tomar a vacina de Hepatite B e a Tríplice. O sangramento
escuro que a médica disse que ficaria no pós-operatório continuou por alguns
dias, em tom escuro e em pouca quantidade. Mantive o Utrogestan por 3 vezes ao
dia e tentei ficar mais quieta neste período.
A biópsia chegou e era mesmo um pólipo que foi extraído. Era
ele estava “saindo” do útero, empurrando o tampão e gerando sangramento. Era
benigno e foi um susto, mais um episódio que nos fortalece neste processo todo.
32 semanas: Já estava me sentindo bem e retornei ao
trabalho, ficando cerca de 3 a 4 horas. Só deu um pouco de trabalho porque
tivemos que recepcionar alguns gringos e eu organizava a agenda de atividades,
mas não podia ir às empresas para acompanhar, ficava gerenciamento de minha
sala. Tirando a azia e falta de ar, me sinto bem.
Me recuperei do susto e voltei
a ganhar confiança. Continuo no repouso intermediário, sem dirigir (isso só
depois da recuperação do parto), só cozinhando um pouco e às vezes e no
trabalho, fico sentadinha, me levantando só para ir ao banheiro. E por falar em
ir ao banheiro, são várias visitas para o xixi noturno, isso está me fazendo
dormir muito mal, pouquíssimas horas por noite e um sono “picado”, o que me
deixa bem cansada.
33 semanas: Estive em consulta médica e parece que tudo está
caminhando bem! Estou sentindo um pouco cansada, mas é normal porque a barriga
cresceu e tenho dormido pouco. A azia piora à noite, mas a médica disse que
posso tomar Ranitidina, o que aliviará bastante. A minha dor nas costas que
está estranha, na altura dos pulmões e não na lombar – mas parece ser postural
porque fico com o notebook no colo trabalhando em casa – e não é pneumonia,
pois não tenho tosse ou secreção, o que seria péssimo.
Apesar de estar com 80 kg (vixi, nunca pensei que chegaria a
tanto), a médica falou que estou na média de ganho de peso (ainda.... mas tenho
que controlar) e que, pasmem... posso até tentar o parto normal. Esta notícia
foi novidade, mas acho que não vale o risco, preciso pensar melhor. Meu marido
está pressionando pelo parto normal deste então, mas não decidi e prefiro
aguardar as cenas do próximo capítulo.
34 semanas: Tudo bem, só azia e falta de ar, com noites mal
dormidas, o básico desta fase da gravidez. Fiz ultrassom e o bebê já está com
46 cm e quase 2700 kg. Que belezinha! Só não consegui ver o rostinho dele
porque colocou o braço na frente, é tímido.
Depois de muito, muito esforço, convenci meu marido a passar
na loja para comprar um carrinho para o bebê. Já é o momento e é possível que
nos primeiros dias, ele fique conosco no quarto. Escolhi um carrinho que é
também moisés e o bebê conforto que encaixa no carro. Achei bonito, mas depois
quando fui colocar no carro na saída da loja, vi que é um mega trambolho.
Gostaria de comprar
algumas coisas que faltam para o quarto do bebê, como um aquecedor e um tapete,
por exemplo, mas meu marido fala que e é bobeira, que não pode me levar para
comprar porque está ocupado e então o jeito será comprar pela internet. Meu
carro continua parado na garagem há meses e ele não me deixa pegar taxi. Por
fim, fico bem aprisionada. Depender dele me chateia, porque ele tem os próprios
compromissos e não quero atrapalhar, mas deixei de fazer várias coisas que
gostaria de ter realizado durante a gravidez por esta falta de mobilidade.
Sinto até falta de poder ir ao mercado e comprar coisinhas que às vezes me dá
vontade de comer. Como ele não quer que eu engorde, só posso comer frutas, um
saco. Sinto falta de minha liberdade, mas foi é uma fase, tudo vai dar certo!
Agora entrando na contagem regressiva!!!